Linhas urbanas e masculinas na primeira noite da ModaLisboa

O Inverno 2016 dos criadores portugueses despontou no masculino, com preto e branco como tons dominantes. A noite encerrou com o veterano Dino Alves.

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Inês Duvale Rui Vasco/ModaLisboa
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Cristina Real Rui Vasco/ModaLisboa
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Patrick de Pádua Rui Vasco/ModaLisboa
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Patrick de Pádua Rui Vasco/ModaLisboa
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Ricardo Andrez Rui Vasco/ModaLisboa
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Ricardo Andrez Rui Vasco/ModaLisboa
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Olga Noronha Rui Vasco/ModaLisboa
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Olga Noronha Rui Vasco/ModaLisboa
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Dino Alves Rui Vasco/ModaLisboa

"A curiosidade é o coração da moda. É no Sangue Novo que depositamos as nossas expectativas de um admirável mundo novo", declarou Eduarda Abbondanza, directora da Associação ModaLisboa, aludindo ao tema da 44.ª edição, Curioser, no fim do primeiro desfile colectivo da noite, de doze jovens, inseridos na plataforma de novos talentos Sangue Novo.

Com a sala de desfiles renovada — agora maior, num quadrado longo com candelabros no tecto e cadeiras adornadas de dourado a encher a plateia —, a maioria escolheu vestir os homens: Inês Duvale vestiu-os com silhuetas oversize e a estreante Duarte escolheu calças e casacos brilhantes e azul eléctrico. Também no masculino, Patrick de Pádua, pegou no hip hop da música de fundo e criou uma linha de streetwear com gorros pretos a mostrar apenas os olhos, tatuagens nos corpos e laranja, preto e verdes secos nas roupas. A sua colecção Promises foi escolhida para estar em Junho de 2015 no festival holandês Fashion Clash, com Inês Duvale.

O designer Ricardo Andrez, da plataforma LAB – de micromarcas tendencialmente mais transgressoras – escolheu pôr homens e mulheres carecas para "uniformizar" e "dar destaque aos coordenados", explicou no final do desfile, numa colecção onde todos vestiram saias pretas fluidas. Andrez trabalhou pela primeira vez o denim, misturou algodão com lã e juntou bolsos termocolados e impressões 3D a uma paleta fria, de cores citadinas. 

Olga Noronha e Catarina Oliveira deram o salto do Sangue Novo para o LAB e desfilaram no Salão Nobre da Câmara de Lisboa. Com cerca de uma hora e meia de atraso, Olga Noronha apresentou novamente uma colecção para amar ou odiar, tal como a descreveu em Outubro, quando usou acessórios com luzes LED. Desta vez as modelos vestiram coordenados em tecido bege, alguns com tracejado, recortados a meio do desfile para revelar peças interiores em plástico PVC, encontrado em câmaras de refrigeração de talhos e supermercados, com cristais bordados à mão. Segundo a designer que tem também uma marca de joalharia medicamente prescrita em Londres, a ideia foi mostrar o mapa arterial em três dimensões. Já Catarina Oliveira vestiu homens de tons azuis e verdes claros.

A noite fechou num arco-íris rodeado de preto. O criador Dino Alves pediu a todo o público, convidados e jornalistas para se vestirem de negro dos pés à cabeça – antes do desfile, a equipa da ModaLisboa pediu, a quem não cumpriu o requisito, para descalçar sapatos brancos ou retirar acessórios de outra cor. Sinos de igreja deram o sinal de entrada para os manequins: as primeiras foram camponesas vestidas de preto, com xailes e mantas com materiais carregados. Sucederam-lhes mulheres e homens coloridos, do amarelo ao rosa forte, com túnicas, chapéus e tecidos fluidos em mangas ou vestidos e apontamentos de franjas ou entrançados em lã. 

Este sábado é a vez dos veteranos com Valentim Quaresma a abrir o dia na Casa da Balança, seguido de Alexandra Moura, Ricardo Preto e o ausente da última temporada, Aleksandar Protic, no Pátio da Galé.

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