Petróleo está na média dos últimos 100 anos

Especialista acredita que "o preço está a voltar ao normal".

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Depois de uma década de subida de preços, seguem-se normalmente duas décadas de descida AFP PHOTO / Karen BLEIER

É uma das dúvidas que as empresas colocam quando se lhes pergunta se pensam aproveitar a descida de preços do petróleo: “E quando os preços voltarem a subir?”. Contudo, alguns especialistas defendem que o mais provável é mesmo que os preços não voltem a subir e que os anos em que o barril esteve próximo dos 100 dólares são a excepção e não a norma.

Um desses especialistas é Ruchir Sharma, do banco de investimento Morgan Stanley, que, olhando para a tendência de evolução dos custos do petróleo dos últimos 100 anos, chega à conclusão que o preço médio do barril é, levando em conta o efeito da inflação, precisamente de 50 dólares. Por isso, afirma em declarações à agência Bloomberg que “o preço do petróleo está a voltar ao normal”, assinalando que “apenas há uma década, ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 50 dólares”.

O principal factor por trás da escalada do petróleo durante os últimos anos foi o crescimento muito rápido da China, que fez com que a pressão da procura se tornasse demasiado grande para a oferta que estava disponível.

O que acontece com as matérias-primas, defende Ruchir Sharma, é que depois de uma década de subida de preços, seguem-se normalmente duas décadas de descida. Isto porque a subida dos preços convida a que se encontrem novas soluções, quer de substituição da matéria-prima usada, quer de produção da mesma matéria-prima, que acabam por fazer baixar os preços.

Será isto que está a acontecer agora, especialmente com as novas explorações petrolíferas feitas especialmente nos EUA e no Canadá. Nos anos 70, face a uma subida de preços também muito significativa, a resposta foram as novas explorações no Mar do Norte. “Os preços das matérias-primas, ao longo do tempo, não sobem. E mesmo no caso do petróleo, onde subiram um pouco ao longo do tempo, existe uma barreira, porque surge sempre alguma coisa para limitar os preços”.

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