BCE vai publicar actas das suas reuniões, que passam a ser feitas de seis em seis semanas

Draghi alarga intervalo entre reuniões para reduzir expectativas de que o BCE possa estar sempre a tomar decisões.

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Mario Draghi, presidente do BCE Johannes Eisel/Reuters

As reuniões em que o Banco Central Europeu (BCE) decide o que fazer às suas taxas de juro vão deixar de ter uma periodicidade mensal, passando a realizar-se apenas de seis em seis semanas, anunciou nesta quinta-feira Mario Draghi que prometeu também que aquilo que for discutido nesses encontros será tornado público através de actas.

O presidente do BCE justificou a decisão de alargar o intervalo entre reuniões com o facto de a situação "ser desde há um par de anos muito mais complexa do que era anteriormente", defendendo que a expectativa de que o BCE deve agir todos os meses não é adequada. "Não estou a dizer que o nosso trabalho está feito, mas a expectativa permanente de acção produz um certo comportamento dos mercados que não tem a ver com a realidade", afirmou.

As reuniões em que se decidem taxas passarão assim, a partir de Janeiro do próximo ano, a ser realizadas de seis em seis semanas. Mario Draghi assinalou contudo que, tal como sucede agora, os responsáveis do BCE vaõ continuar a poder reunir-se a qualquer momento se a situação o exigir.

Outra razão apresentada pelo presidente do BCE para a mudança de calendária é de ordem prática e está relacionada com outra alteração nos procedimentos da instituição. O banco central vai passar, também a partir do próximo mês de Janeiro, a publicar actas das suas reuniões. Um intervalo de apenas um mês entre as reuniões poderia trazer "confusão" à análise pelos mercados das actas.

Mario Draghi não deu ainda promenores sobre aquilo que estará descrito nas actas, afirmando que essa é uma questão ainda a ser discutida. Por exemplo, disse Draghi, será preciso decidir se será publicado o sentido de voto de cada um dos membros do conselho de governadores do BCE.

Na reunião desta quinta-feira, o BCE decidiu manter inalteradas as suas taxas de juro.

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