Bruxelas pede aos 28 que façam reformas para travar desemprego "terrivelmente alto"

Comissão considera "inaceitável" que cerca de 26,4 milhões não tenham trabalho.

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Esta segunda-feira são retomadas as negociações entre os credores internacionais da Grécia Yannis Behrakis/Reuters

A Comissão Europeia considerou, esta quarta-feira, “inaceitável” e “terrivelmente” elevado o desemprego na Europa e pediu aos Estados-membros para que concretizem reformas que permitam alterar a situação.

“Os números do desemprego continuam terrivelmente altos”, afirmou o porta-voz do executivo comunitário, Dennis Abbott, na conferência diária da Comissão Europeia, quando questionado sobre os dados divulgados pelo Eurostat de acordo com os quais a taxa de desemprego na zona euro se situou nos 12,1% em Junho (valor que se mantém desde Março, mas que é um máximo) e na União Europeia (UE) atingiu os 10,9% (ligeiramente abaixo dos 11% verificados em Maio).

O porta-voz considerou ainda ser “inaceitável” que cerca de 26,4 milhões de pessoas estejam sem emprego na UE e defendeu a necessidade de os Estados-membros fazerem reformas para aumentar o emprego. Estas, explicitou Dennis Abbott, passam pelo combate ao abandono escolar, por assegurar que os jovens e estudantes “têm as competências de que os empregadores precisam”, pela reforma da legislação laboral e pela melhoria da “eficiência” dos serviços públicos de emprego.

Os Estados-membros devem ainda “dar passos urgentes” para pôr em prática a garantia jovem, acrescentou o porta-voz da Comissão Europeia. Trata-se de uma iniciativa que pretende assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.

No último Conselho Europeu, em Junho, os líderes acordaram antecipar para 2014 e 2015 a disponibilização da verba de seis mil milhões de euros destinada à garantia jovem, inicialmente prevista para o período 2014-2020.

O porta-voz do executivo comunitário sublinhou que “há uma cura” para o desemprego, mas não é uma “cura milagrosa” e recordou que, ao nível europeu, já foi acordado o que deve ser feito. “Não é algo que possa ser feito de um dia para o outro, mas pode ser melhorado se os Estados-membros tratarem destas questões”, concluiu Dennis Abbott.

De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, nesta quarta-feira, a taxa de desemprego em Portugal desceu para 17,4% em Junho, face aos 17,6% registados em Maio, mas continua a ser a terceira mais elevada entre os Estados-membros da UE, apenas atrás da Grécia (26,9%, valor referente a Abril) e de Espanha (26,3%).
 

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