EUA e Reino Unido querem responsabilizar banca pelas falências

Banco de Inglaterra e Federal Deposit Insurance Corporation defendem que, em caso de falência no sector da banca, deve-se proteger os contribuintes.

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Banco de investimento Lehman Brothers protagonizou maior falência da história dos Estados Unidos Shannon Stapleton/Reuters

Os reguladores dos sistemas bancários do Reino Unido e dos Estados Unidos divulgaram, nesta segunda-feira, um plano conjunto para travar crises futuras na banca. A intenção do Banco de Inglaterra e da norte-americana Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) é definir estratégias para lidar com bancos em situação de falência e forçar accionistas e credores a assumirem as perdas.

Num artigo de opinião conjunto, publicado no Financial Times, Martin Gruenberg, chairman do Banco de Inglaterra, e Paul Tucker, vice-governador do FDIC, defendem que, em caso de falência, deve existir capital suficiente na banca para proteger os contribuintes.

Os dois responsáveis escrevem que durante a crise financeira, os governos suportaram as instituições com dinheiros públicos, numa tentativa de estabilizar o sistema financeiro e evitar uma repetição da Grande Depressão. “Os bancos que foram salvos expuseram os governos e os contribuintes a perdas. E, a longo prazo, poderão tornar a actividade bancária mais arriscada se os gestores e credores concluírem que o resgate financeiro faz parte do sistema”, alertam.

Para evitar consequências económicas e sociais mais graves, os vários governos da Europa e dos Estados Unidos injectaram dinheiro público em empresas que, na gíria dos mercados, foram denominadas de “demasiado grandes para cair”. Este problema, referem Martin Gruenberg e Paul Tucker, deve ser “tratado”.

“Acreditamos que é possível resolvê-lo e estão a ser feitos progressos”, dizem, referindo-se a uma declaração conjunta divulgada nesta segunda-feira, na qual estão delineadas as “estratégias de resolução para as empresas grandes e complexas”.

Os reguladores acreditam que, além de ser preciso mais capital e liquidez na banca, a falência das denominadas "instituições financeiras sistemicamente importantes"(G-Sifis, na sigla inglesa), deve ocorrer de forma mais disciplinada e definida. “A falência das G-Sifis que o Reino Unido e os Estados Unidos enfrentaram em 2008 foi de uma escala, complexidade e interconexão sem precedentes", escrevem.

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