Merkel aconselha jovens a apostarem na mobilidade para encontrar trabalho

Chanceler alemã lamenta que sejam os jovens a pagar a factura de um problema que não criaram.

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ODD ANDERSEN/AFP

A chanceler alemã tem um conselho para os jovens que estão desempregados na zona euro: aceitarem a hipótese de mobilidade e procurar resposta noutros regiões ou países. Angela Merkel admite que o nível de desemprego na Europa representa uma “enorme crise” e que é “injusto” que sejam os jovens a serem penalizados por uma situação que não criaram, mas “não há outra solução”.

Merkel, que falava em entrevista à estação de televisão britânica BBC, considera que os jovens devem estar preparados para sair dos seus países para encontrarem emprego, quando actualmente, sublinha, existem cerca de 3,6 milhões jovens desempregados na zona euro. Este é, aliás, um dos três pontos da proposta franco-alemã para combater o desemprego jovem. Paris e Berlim têm sugerido uma melhor utilização dos recursos existentes, particularmente na Europa, para facilitar o acesso das PME ao crédito, o desenvolvimento dos cursos profissionalizantes e a mobilidade geográfica de que fala a líder alemã.

A chanceler alemã dá como exemplo os desempregados da então Alemanha de Leste, onde “muitos, muitos jovens apenas arranjaram emprego porque se deslocaram para sul”. A situação forçou-os a ter mais “mobilidade”, reforçou.

A chanceler considera “injusto que sejam especialmente os jovens a pagar por algo que não fizeram”, mas resume que “não há outra solução”. “Temos que fabricar produtos ou criar serviços na Europa que possamos vender”, acrescentou nas declarações à BBC, reforçando a defesa na aposta da competitividade na Europa.

Merkel recusa-se a utilizar a palavra austeridade neste contexto. “Em relação ao emprego e crescimento, a zona euro e outros países estão numa situação difícil. A questão não é a austeridade, a questão é retomar o crescimento”, argumentou.

Em Março, quando decorria o Conselho Europeu em Bruxelas, Merkel já tinha insistido na necessidade de apostar no Pacto para o Crescimento e Emprego. “Temos o Pacto para o Crescimento e Emprego que aprovámos no Verão passado e agora trata-se de lhe dar vida. Há dinheiro e agora este tem de chegar aos cidadãos para que os jovens europeus tenham trabalho", afirmou na altura.

Para a chanceler alemã, é preciso “fazer tudo o que se possa para melhorar a competitividade e crescer”.
 

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