Mota-Engil e Novo Banco vendem auto-estradas à Ardian por 600 milhões

Negócio abrange ainda empresas associadas ao negócio das concessões rodoviárias.

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Mota-Engil, presidida por António Mota, conclui venda de concessões rodoviárias Fernando Veludo/NFactos

A Mota-Engil e o Novo Banco informaram esta quarta-feira que a sua participada Ascendi vendeu à Ardian Infrastructure, sociedade de investimento privado, oito auto-estradas, pelo valor total de 600 milhões de euros, a que poderão ser adicionados mais 53 milhões de euros, por via de um mecanismo variável do preço.

Esta alienação, que estava a ser negociada desde o ano passado, prevê ainda a venda de diversas empresas de operação e manutenção instrumentais destas concessões, também detidas pela Ascendi.

Em causa estão as auto-estradas Norte, Beiras Litoral e Alta, Costa de Prata, Grande Porto, Grande Lisboa, Pinhal Interior, Douro e a Autovia de Los Viñedos, Sociedad Anonima Concesionaria de la Junta de Comunidades de Castilla – La Mancha.

Nos comunicados enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as duas entidades não revelam como se reparte o valor da venda, sendo que a Ascendi é detida em 60% pela Mota-Engil e em 40% pelo Novo Banco. O PÚBLICO apurou entretanto, que parte do valor será utilizado para amortizar dívida da própria Ascendi e outra parte será para distribuir aos dois accionistas.

O comunicado do Novo Banco refere, sem quantificar, que “a conclusão da transacção nos termos ora acordados terá um impacto positivo no rácio de capital Common Equity Tier I”.

A instituição financeira, que herdou este activo do Banco Espírito Santo (BES), adianta ainda que “a transacção representa mais um importante passo no processo de desinvestimento de activos não estratégicos, prosseguindo este a sua estratégia de foco no negócio bancário”.

A construtora liderada por António Mota refere que “a alienação de activos maduros, que contribuíram decisivamente para que a Mota-Engil se tenha afirmado como grupo especialista no ciclo de vida das infra-estruturas, permitirá ainda o reforço da sua estrutura de capitais, criando as bases para a sustentabilidade e crescimento do grupo no próximo ciclo estratégico”.

A venda de activos da Ascendi segue-se a outras vendas lá concretizadas, como a Tertir, onde o Novo Banco também tinha uma participação, e a Indáqua.

A operação fica apenas dependente de algumas operações de reorganização societária e de diversas autorizações, esclarecem as duas entidades nos comunicados enviados à CMVM.

A relação entre a Ardian e a Ascendi já não é nova. A sociedade independente de investimento privado, já tinha investido 300 milhões de euros em alguns dos activos que agora passa a controlar integralmente. Em comunicado, a Ardian destaca que a rede Ascendi é a segunda maior rede de auto-estradas em Portugal, estendendo-se por mais de 850 km ao longo de sete estradas portajadas que empregam 500 pessoas.

O acordo está sujeito a algumas operações de reorganização societária da Ascendi Group, assim como à obtenção das aprovações regulamentares e contratuais necessárias. 

 

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