Greve na Groundforce provoca atrasos em todos os voos esta quinta-feira, diz sindicato

Sindicato fala numa adesão dos trabalhadores entre 80% e 100%. A empresa diz que apenas 30% dos trabalhadores fez greve e que não há voos atrasados.

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Greve está a provocar atrasos nos voos e congestionamento no check-in e na área das bagagens Rui Gaudêncio

A greve dos trabalhadores da Groundforce está a ter uma adesão entre 80% e 100%, o que está a impedir a saída dos voos dentro do horário e a provocar algum congestionamento no Aeroporto de Lisboa, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA). A empresa, porém, fala em 30% de adesão.

Fernando Henriques, do SITAVA, disse à agência Lusa que devido à greve "não houve um único voo que saísse no horário e já se verificam atrasos de uma hora na saída dos voos", uma situação que "previsivelmente" vai agravar-se ao longo do dia.

“A adesão manteve os níveis que vinham dos turnos da noite e, excluindo as chefias, varia entre os 80% e os 100%”, disse Fernando Henriques, explicando que, no total, nesta quinta-feira deveriam ter ido trabalhar cerca de 500 trabalhadores entre o turno da noite e os da manhã.

A empresa refuta os dados do sindicato. O responsável de comunicação, Fernando Faleiro, disse à Lusa ao final da manhã que os dados actualizados apontam para uma adesão à greve que anda entre os 25% e os 30%, apenas na escala de Lisboa, uma vez que nos outros aeroportos (Porto, Porto Santo e Funchal) a adesão foi de 0%.

“Em termos de voos, não está a afectar em nada qualquer atraso de voos, principalmente no nosso cliente maioritário, que é a TAP. Não há qualquer atraso verificado pela greve, só atrasos que decorrem da operação regular, como houve ontem e anteontem. São atrasos normais”, afirmou.

Quanto aos constrangimentos que a paralisação está a gerar no aeroporto de Lisboa, o sindicalista disse ser visível algum congestionamento no check-in e na área das bagagens, mas adiantou que a situação está longe de ser caótica.

O sindicalista acusou a Groundforce de ter convocado um “batalhão” de trabalhadores precários para substituírem os que estão em greve, sob intimação de não abandonarem o local de trabalho sem autorização do supervisor, situação que o SITAVA diz ter denunciado na quarta-feira à Inspecção-Geral do Trabalho.

O responsável de comunicação da Groundforce, por sua vez, nega: "As áreas em que registámos maior adesão à greve são áreas muito específicas, muito técnicas, em que temos que ter colaboradores acreditados, formados, com experiência, com muitos anos de casa e é impossível substituir esses trabalhadores - legalmente, por razões segurança e por todos os outros motivos - por trabalhadores temporários”, afirmou.

Segundo dados da estrutura sindical, a empresa em Lisboa tem cerca de 1500 trabalhadores efectivos, um terço dos quais estariam convocados para trabalhar esta quinta-feira. Desses, cerca de 30% estavam escalados para fazer o turno da noite.

Tirando as chefias, cuja adesão à greve não é significativa, praticamente todos aderiram, “sem ser possível quantificar um número, porque não temos escalas de serviço, que são da própria empresa”, disse.
 

 

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