Francisco & Xi

Na aparência diferentes, na realidade partilham desafios. Procuram adaptar organizações seculares às mudanças da História. Reformistas, à sua maneira, rompem tradições e transformam burocracias, combatem a corrupção e o materialismo para manterem coesas duas imensas sociedades. Uma, de 1.200 milhões de católicos; a outra, de 1.400 milhões de chineses. A reforma da secularidade afronta a Cúria Romana “imortal, imune e indispensável”. O Papa inicia o Pontificado, reformando-a e com criticas à “petrificação mental e espiritual”, ao “alzheimer espiritual”. O Presidente Xi Jinping, denuncia a pesada e lenta burocracia da orgânica do Partido Comunista Chinês, que enriquece chefes políticos e funcionários e não serve o povo. Sem surpresa, ambos elegem como prioridade o combate à corrupção. O Banco do Vaticano foi limpo e o arcebispo alemão suspenso, pelo fausto e opulência com que vivia a sua suposta espiritualidade. Na China foram disciplinados 414.000 funcionários e julgados 201.600 por corrupção. Vários foram executados e foi pedida repatriação de foragidos internacionais. A quebra de vocações, a opção por outras religiões ou credos, a concorrência religiosa por novos fiéis, tal como a redução do crescimento, o aumento do desemprego e a ameaça de empobrecimento desestruturam velhos modelos centralistas e pesados. O Papa e o Presidente da China procuram unidade e coesão para evitar a fragmentação das sociedades. Velocidade e agilidade são condições de êxito. Francisco e Xi sabem-no, foi o que mostraram em Washington.

Economista

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