Depois da privatização, Royal Mail vai despedir 1300 trabalhadores

Correios britânicos, que entraram em bolsa em Outubro, iniciam negociações com os sindicatos nesta terça-feira.

Foto
Os despedimentos não vão afectar carteiros ANDREW COWIE/AFP

Escassos meses depois de ter sido privatizado e de ter entrado em bolsa de forma eufórica, o Royal Mail anunciou nesta terça-feira que vai suprimir 1600 postos de trabalho e criar 300 novos lugares. Os correios britânicos vão, assim, despedir 1300 trabalhadores, de um total de 150 mil que o grupo emprega no Reino Unido.

Em comunicado divulgado no seu site oficial, o Royal Mail anuncia que vai iniciar, nesta terça-feira, uma ronda de negociações formais com os sindicados Unite e CWU.

A grande maioria dos trabalhadores afectados tem funções de gestão e não haverá despedimentos entre os carteiros ou entre quem presta serviço directo aos clientes. O chamado “programa de eficiência” tem como meta cortar custos na ordem dos 50 milhões de libras (59,5 milhões de euros), 25 milhões dos quais com efeito entre 2014 e 2015. Contudo, a empresa vai ter de registar custos de 230 milhões de libras com a reestruturação nas contas de 2013/2014.

“Estamos a melhorar continuamente a nossa eficiência, ao mesmo tempo que mantemos maior missão”, assegurou Moya Greene, directora executiva da Royal Mail. “Esta é a melhor forma de garantir” os serviços de correio universal, afirmou.

A venda de 60% do Royal Mail em bolsa aconteceu em Outubro com grande procura. As acções chegaram a disparar 80%, levantando um coro de críticas ao Governo, acusado de ter vendido barato a empresa. A privatização dos correios britânicos foi a grande inspiração do Governo português quando optou pela dispersão em bolsa dos CTT. A empresa portuguesa estreou-se segunda-feira no PSI 20 e encerrou a perder 2,75% na sua primeira sessão.

Na Europa a maioria das empresas públicas de correios está nas mãos do Estado.

Sugerir correcção
Comentar