Empresas promovidas ao PSI 20 não escaparam à realização de mais-valias

Cotação das acções dos CTT, da Impresa e daTeixeira Duarte com descidas entre 1% e 2,7%, num dia de queda nas praças europeias.

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Francisco de Lacerda foi reconduzido na presidência dos CTT Miguel Manso

As recentes e fortes valorizações dos três títulos que se estrearam esta segunda-feira no PSI 20, a Impresa, Teixeira Duarte e CTT, poderiam, por si só, levar os investidores a realizar mais-valias. Mas o mote para essa decisão veio de fora, da China, e arrastou a quase totalidade das empresas do índice para terreno negativo.

A notícia que comprometeu o arranque dos mercados europeu, deixando os investidores um pouco mais pessimistas, prende-se com a ligeira redução do índice que mede a produção industrial chinesa, que caiu em Março. De acordo com dados ainda preliminares, o índice caiu para os 48,1 pontos, quando em Fevereiro se fixou em 48,5. Os números abaixo de 50 sinalizam contracção.

Já na segunda metade da sessão bolsista na Europa, foi ainda divulgada outra notícia negativa, o abrandamento da produção industrial norte-americana, medido pelo índice do Markit Economics.

Os dados, também preliminares, revelam uma queda para 55,5% em Março, contra 57,1 pontos em Fevereiro. Apesar de constituir valores representativos de expansão, a evolução mostra um abrandamento da produção.

As bolsas europeias arrancaram negativas e acabaram por encerar com quedas acima de 1%. Neste grupo, o principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, fechou a perder 1,20%. Os mercados norte-americanos seguiam, a meio da sessão em queda.

É uma envolvente negativa, a que se junta alguma tensão provocada pelo dossiê Rússia-Ucrânia, que marca a estreia da novas empresas no PSI 20, na sequência da revisão regular do índice, e que ditou, por critérios de liquidez, dispersão de capital e de capitalização bolsista, a despromoção da Cofina, da Sonae Indústria e da Sonaecom.

Os CTT, que desde o início do ano chegaram a acumular uma valorização de 45%, encerraram a perder 2,75%, para 7,78 euros. Este título, que é, dos três, o que apresenta maior capitalização bolsista, de 1,2 mil milhões de euros, atingiu na semana passada um máximo histórico de 8,06 euros.

A Impresa, que à “boleia” da promoção ao principal índice nacional valorizou 53% desde Janeiro, encerou a perder 1,18%, para 1,63 euros. Por último, a Teixeira Duarte, que amealhou uma valorização de 27%, deslizou 2,39%, para 1,4 euros.

A tomada de mais-valias foi particularmente visível em outra empresa do PSI 20, a Mota-Engil, que recuou quase 5%, depois de na semana passada ter valorizado quase 12%. A banca também foi arrastada pela pressão vendedora, com destaque para a queda de 3,21% do BCP, para 0,21 euros.

Francisco de Lacerda reconduzido na presidência dos CTT
OS CTT darão o maior contributo ao índice, pela dimensão e pela remuneração prometida, um factor que deverá potenciar maior liquidez ao título. O dividendo proposto, de 0,40 euros por acção, será aprovado em assembleia geral ordinária da empresa. No prospecto de privatização, os CTT referiam a intenção de, no futuro, distribuir em dividendos o equivalente a 90% do lucro.

Esta segunda-feira realizou-se uma assembleia geral extraordinária, onde foi aprovada a recondução de Francisco de Lacerda no cargo de presidente da empresa. Da mesma forma, aprovou-se a nomeação de novos administradores não executivos, este os quais está o antigo comissário europeu António Vitorino e José Honório, ex-presidente da Portucel. Foi ainda aprovado um novo modelo de governação da empresa que inclui a criação de uma comissão de auditoria.

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