CGD com prejuízos trimestrais de 8,9 milhões
Negócios internacionais, como Macau e Moçambique, atenuaram perdas em Portugal.
Entre Janeiro e Março de 2015, os resultados consolidados da CGD voltaram a cair no vermelho, para 8,9 milhões de euros, mas melhoraram 1,9 milhões face aos 10,7 milhões negativos apurados em idêntico período do ano transacto.
O prejuízo trimestral traduz já as novas regras internacionais de tratamento fiscal das provisões para crédito (agora não dedutíveis).
O resultado bruto consolidado de exploração do maior banco português entre Janeiro e Março cifrou-se em 175,7 milhões (que compara com 182 milhões apurados nos mesmos meses de 2014), representando a actividade não doméstica 61,4%.
Os resultados da actividade em Portugal mantiveram-se acima de 30 milhões de euros negativos, em linha com o apurado no trimestre anterior, o que foi compensado pela área internacional que contribuiu com 107,8 milhões de lucros (acima dos 76,9 milhões de 2014).
Numa nota distribuída à comunicação social, José Matos, que preside à CGD, destaca os crescimentos das operações em Moçambique (58%), em Macau (53%), na África do Sul (52%) e em Espanha (48%).
No período em análise, o montante de provisões e de imparidades contabilizados foi de 112,9 milhões, menos 59 milhões do que em 2014. Do valor total, 71,4 milhões dizem respeito a crédito e 41,5 milhões a outros activos a activos financeiros, nomeadamente, imobiliário e unidades de participação de fundos de investimentos e que estavam sobrevalorizadas. Esta última parcela sofreu uma forte deterioração (em 2014 era apenas de 3,3 milhões) devido à alteração das novas regras de reporte internacionais.
Com um activo líquido de 100.605 milhões (que se reduziu 11.808 milhões devido à venda do sector segurador à Fosun), os créditos a clientes caíram 1,6% para 72.480 milhões, sendo a queda nos depósitos de 5,2% para 69.589 milhões. Por seu turno, os recursos de clientes subiram 3509 milhões (mais 5,3%) cifrando-se em 70.026 milhões.
O rácio de crédito vencido é agora de 7,2% e a cobertura por imparidades situa-se em 99,2%. Já o rácio em risco subiu para 12,4%. O rácio de solvência (Core Tier 1) estava em Março último em 10,9% e o de liquidez está agora em 125,1% (acima dos 99,3% de 2014) e superando os 60% de mínimo exigido pelas autoridades.
Uma fonte da instituição revelou que a CGD não tem a expectativa de a curto prazo pode vir a registar uma melhoria significativa da sua actividade, ainda que possa verificar-se um crescimento “suave”. A mesma fonte explicou que, estando a banca dependente do crescimento económico do país, e sendo este, por enquanto lento e fraco (o Governo prevê uma expansão do PIB à volta de 2%), “não se podem esperar milagres.” Ainda assim os proveitos recorrentes mantiveram uma tendência de recuperação.