Axa Portugal propõe despedimento colectivo de 67 trabalhadores

Sindicato diz que este é o primeiro caso no sector dos seguros.

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José Fernandes

A companhia de seguros Axa Portugal avançou com um despedimento colectivo de 67 pessoas, estando neste momento a decorrer reuniões em vários pontos do país para ser comunicada a decisão da seguradora, disse hoje fonte sindical.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora (STAE), Carlos Marques, afirmou que a Axa Portugal tomou esta decisão devido ao "encerramento de balcões, supressão de postos de trabalho únicos e uma avaliação de desempenho negativa" de vários funcionários.

Segundo o líder sindical, "estão a decorrer neste momento várias reuniões colectivas em que está a ser proposto aos trabalhadores abrangidos pelo despedimento colectivo um documento para assinar", sendo que Carlos Marques está a aconselhar os funcionários a não assinarem e a pedirem apoio jurídico ao STAE.

Para Carlos Marques, esta é "uma situação muito rara nos seguros e com contornos muito inusitados", uma vez que, a acontecer o despedimento colectivo, será o primeiro no sector.

"Houve já, ao longo dos anos, várias situações de ameaça de despedimento colectivo mas nunca se chegaram a concretizar, havendo sempre uma solução pacífica para ambos", adiantou.

Em tom de lamentação, o líder sindical disse que "não é admissível esta forma de actuar, sendo que, no sector, existe uma certa paz social".

Por parte da Axa Portugal, a seguradora emitiu esta tarde um comunicado onde diz  que o despedimento colectivo  "afectará cerca de 60 pessoas" e consiste numa "difícil decisão" justificada com o "declínio da rentabilidade" do sector.

"Como é do conhecimento comum, o contexto económico difícil em Portugal nos últimos anos provocou um claro declínio da rentabilidade do mercado segurador português. Não sendo alheia a este contexto, a Axa Portugal está a tomar um conjunto de medidas de gestão, ao nível da reestruturação da distribuição e da agilização do modelo organizativo (mais transversal e menos hierárquico) e de processos, que afectará cerca de 60 pessoas, equivalente a cerca de 10% do total dos colaboradores da empresa", diz a empresa em comunicado.

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