Alemanha e França evitam recessão, Itália prolonga queda

Economia da zona euro cresceu 0,2%. Grandes economias resistem com crescimento lento, enquanto Espanha e Grécia recuperam.

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As duas maiores economias da zona euro cumpriram as expectativas e conseguiram no terceiro trimestre deste ano inverter a tendência negativa e evitar a entrada em recessão técnica.

De acordo com os dados publicados esta sexta-feira pelo Eurostat, depois de registarem no segundo trimestre uma contracção de 0,1% nas suas economias, Alemanha e França voltaram agora a terreno positivo. A Alemanha cresceu 0,1% e a França 0,3%.

Foram estes dois países que mais contribuíram para que a taxa de crescimento do PIB em cadeia no total da zona euro tivesse passado de 0,1% para 0,2% no terceiro trimestre. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a variação do produto manteve-se nos 0,8%. Na União Europeia (UE), a variação do PIB em cadeia foi de 0,3% e em termos homólogos de 1,3%.

A França em particular surpreendeu pela positiva, já que os analistas apontavam em média para uma variação do PIB de 0,2%, de acordo com a Reuters.

No entanto, tanto no caso da Alemanha como da França, os valores do crescimento no segundo trimestre foram revistos em baixa, para uma contracção de 0,1%.

Na Itália, a economia não conseguiu fugir à recessão. Depois da estagnação no primeiro trimestre e da contracção de 0,2% no segundo trimestre, o PIB voltou a cair, desta vez 0,1%. Em comparação com o ano passado, a economia italiana está a recuar 0,4%, o pior resultado em toda a UE, logo a seguir a Chipre, que se contraiu 2%.

Espanha e Grécia recuperam
Pela positiva, destaque para a aceleração da actividade económica registada na Grécia e Espanha. Os gregos, depois de verem a sua economia afundar-se nos últimos anos, começam a recuperar dos mínimos. Cresceram 0,7% face ao trimestre anterior e em termos homólogos, a variação do PIB passou de 0,4% no segundo trimestre deste ano para 1,4% no terceiro.

Em Espanha, a economia cresceu 0,5% no trimestre, passando a variação face ao ano anterior de 1,3% para 1,6%.

Nas últimas semanas, várias entidades, incluindo a Comissão Europeia, procederam a revisões em baixa das suas estimativas de crescimento para a zona euro. Esta quinta-feira, o grupo de 61 economistas regularmente inquiridos pelo Banco Central Europeu passaram a sua previsão média de crescimento no próximo ano de 1,5% para 1,2%.

Os números agora divulgados, apesar de apontarem para a fuga à recessão técnica (definida como dois trimestres consecutivos de crescimento negativo) das duas principais potências da zona euro e de confirmarem que alguns países da periferia estão a conseguir pôr em marcha uma retoma da suas economias, não são contudo motivo para qualquer tipo de festejo. 

Nas últimas semanas, várias entidades, incluindo a Comissão Europeia, procederam a revisões em baixa das suas estimativas de crescimento para a zona euro. Esta quinta-feira, o grupo de 61 economistas regularmente inquiridos pelo Banco Central Europeu passaram a sua previsão média de crescimento no próximo ano de 1,5% para 1,2%. Não há nos dados agora publicados razões para pensar que estas revisões foram precipitadas. 

Com o crescimento da economia a não superar a barreira de 1% em termos homólogos e a taxa de inflação em 0,4% (muito longe do objectivo de próximo de 2% definido pelo BCE), a pressão para que tanto a autoridade monetária como os Governos façam mais para impulsionar as economia continua a fazer-se sentir.

 

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