Évora: na periferia, em diálogo com o mundo

O Museu a Haver é a primeira exposição da programação de Filipa Oliveira, que em Janeiro foi convidada para a direcção artística do Fórum Eugénio de Almeida. É um mission statement para os próximos anos, uma visão estratégica focada na criação contemporânea.

Foto
“Primeiro Amor”, da brasileira Rivane Neuenschwander, é uma das peças a apresentar na exposição “O Museu a Haver” DR

Qual é o lugar e a função de um centro de arte contemporânea numa cidade como Évora?

Esta é a primeira e principal pergunta lançada pela exposição “O Museu a Haver”, a primeira exposição da programação de Filipa Oliveira, que em Janeiro foi convidada para a direcção artística do Fórum Eugénio de Almeida, da fundação com o mesmo nome. É um assumido mission statement para os próximos três anos – uma declaração de intenções da nova direcção, correspondendo a uma visão estratégica agora completamente focada na criação contemporânea.

A inaugurar a 18 de Abril, juntamente com um projecto que o artista colombiano Nicolás Paris desenvolverá no centro até Abril de 2016, O Museu a Haver reunirá trabalhos tanto de artistas nacionais como internacionais, muitos a expor pela primeira vez em Portugal (nomes como o do belga Francis Alÿs, o da brasileira Rivane Neuenschwander, o do uruguaio Luis Camnitzer ou o do francês de origem húngara Yona Friedman). A mostra ocupará todo o espaço expositivo do centro ao longo de cinco meses (até 5 de Setembro) e tecerá também as primeiras ligações com outras instituições da cidade, expondo peças em espaços como o Museu de Évora, o Teatro Garcia de Resende e a biblioteca municipal.

São, diz Filipa Oliveira, “pequenos movimentos” a assinalar um processo de abertura que, idealmente, se estenderá até Elvas, estabelecendo um diálogo de cooperação com o Museu de Arte Contemporânea de Elvas, onde se expõe a Colecção Cachola, de arte portuguesa. Isto em termos nacionais – em termos internacionais, os projectos de cooperação arrancarão na rentrée de Setembro: uma exposição dedicada à obra da artista portuguesa Gabriela Albergaria será comissariada pelo curador colombiano José Roca e feita em colaboração com o Flora, o centro de artes por este dirigido em Bogotá, onde a mesma mostra será depois apresentada.

No mesmo 19 de Setembro inaugura uma mostra dedicada aos filmes, fotografias e instalações  com que o dinamarquês Joachim  Koeste questiona a linha entre o documental e a ficção – será organizada em parceria com o Turner Contemporary, em Margate, a cerca de 100 quilómetros de Londres, no condado de Kent, no sudestes de Inglaterra. Ainda na mesma data inaugura, por fim, uma exposição do português Daniel Blaufuks que inaugura o ciclo “Reinventar a Memória”, a desenvolver ao longo de 2016 e com o qual se pretende que artistas contemporâneos reflictam quer sobre a história e o património da Fundação Eugénio de Almeida quer sobre a própria cidade de Évora.
 

Notícia corriga às 15h35 de 4/3/2015: Filipa Oliveira é directora artística, e não directora, do Fórum Eugénio de Almeida

Sugerir correcção
Comentar