Festival de Música de Espinho celebra 40 anos com concertos ao ar livre

A assinalar a 40ª. edição, o Festival Internacional de Música de Espinho vai sair para a rua e para outros palcos da cidade. Ao longo de um mês, são 13 espectáculos com músicas de diferentes géneros e origens e alguns grandes intérpretes mundiais.

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A pianista Yulianna Avdeeva abre esta sexta-feira o programa do festival no Auditório de Espinho DR

A saída do Auditório de Espinho em três momentos do programa, o regresso da Orquestra Gulbenkian e a estreia do Remix Ensemble Casa da Música são as principais marcas do Festival Internacional de Música de Espinho (FIME), cuja 40.ª edição começa esta sexta-feira com um recital de piano pela russa Yulianna Avdeeva.

“Sabemos que Espinho tem um inimigo, que é a nortada, mas vamos esperar que, este ano, ela não nos pregue a partida”, diz João Pedro Santos, o director do FIME desde 2007, a chamar a atenção para os dois concertos ao ar livre, e com acesso gratuito. São eles, já este sábado, dia 28, no Parque João de Deus, o espectáculo de flamenco com o septeto dirigido pelo guitarrista e compositor francês de origem andaluza Juan Carmona; e, a finalizar o programa do festival, dia 25 de Julho, na Praça Dr. José Salvador (frente aos Paços do Concelho), o concerto da Orquestra Clássica de Espinho dirigida pelo maestro Rui Pinheiro, tendo como solista convidado o holandês Carel Kraayenhof (bandoneón).

João Pedro Santos cita ainda um terceiro concerto fora do palco do Auditório de Espinho (onde vão ocorrer 10 dos 13 espectáculos do programa): aquele em que Sergey Malov (violoncelo da spalla e violino) e Florian Birsak (cravo) tocarão música barroca – obras de Bach, pai e o filho Carl Philipp Emanuel, e de Vivaldi – “no cenário da lindíssima Capela de Nossa Senhora da Ajuda”, no dia 11 de Julho.

Mas se o director do FIME, assumindo apenas a sua condição de espectador melómano, tivesse de escolher três espectáculos do conjunto do programa do festival promovido pela Academia de Música de Espinho, eles seriam os seguintes: o concerto de abertura (esta sexta-feira, 22h, Auditório de Espinho) com aquela que João Pedro Santos considera “um dos expoentes da moderna escola pianística russa”, Yulianna Avdeeva. A pianista que venceu a mais recente edição do Concurso Chopin (Varsóvia, 2010) vai interpretar obras de Mozart, Liszt e Chopin.

O segundo momento escolhido pelo director é o regresso ao festival da Orquestra Gulbenkian ao festival, que, dirigida por Pedro Neves e com o oboísta convidado François Leleux, vai interpretar peças de Joly Braga Santos, Richard Strauss e Antonio Pasculli.

A terceira escolha é o concerto do Brodsky Quartet, “uma das grandes formações actuais do género”, que, a 3 de Julho, vai interpretar um programa que vem do romantismo à música contemporânea, de Brahms e Schubert ao polaco Andrzej Panufnik e ao norueguês Henning Kraggerud.

Entre os restantes momentos do 40.º FIME, assinale-se a “noite de humor e boa disposição” prometida para 10 de Julho, com os Berlin Comedian Harmonists, uma actualização do grupo vocal que marcou a cena musical alemã entre 1928-34. E também a estreia no festival, a 18 de Julho, do Remix Ensemble com uma “viagem musical pela Europa do século XX”, através das obras de Emmanuel Nunes, Bartók, Stravinsky e Schönberg. E ainda, a 24 de Julho, a world music, entre o jazz e as sonoridades africanas, do multi-instrumentista dos Camarões Richard Bona.

À imagem das edições anteriores, o FIME tem também a sua versão Júnior, dedicada ao público infanto-juvenil, que inclui os espectáculos Bach Be Cue (6 de Julho), dirigido por Jorge Prendas (responsável pelo Serviço Educativo da Casa da Música), em volta da música de Bach; e Babar, o Pequeno Elefante (13 de Julho), a partir da história infantil L’Histoire de Babar, do escritor e ilustrador francês Jean de Brunhoff e com música de Francis Poulenc.

O 40.º FIME tem um orçamento de 120 mil euros, comparticipado pela Câmara Municipal de Espinho e pela Direcção-Geral das Artes.

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