O melhor arranha-céus do mundo é na China e é de Rem Koolhaas

Edifício do atelier do arquitecto holandês é a sede da televisão estatal chinesa CCTV. Entretanto, continua a luta pelo título de edifício mais alto do Ocidente: Willis Tower ou One World Trade Center?

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A sede da CCTV, em Pequim DAVID GRAY/reuters
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A sede da CCTV, à esquerda DAVID GRAY/reuters
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Claro Cortes IV/reuters
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Rem Koolhaas fotografado no Porto em 2005 Fernando Veludo
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The Shard, de Renzo Piano, em Londres, era um dos concorrentes JUSTIN TALLIS/AFP
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The Bow, da Foster + Partners, finalista do continente americano DR
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O Sowwah Square, em Abu Dhabi DR
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O One World Trade Center, em Nova Iorque Mike Segar/REUTERS
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A Willis Tower de Chicago Scott Olson/AFP
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Burj Khalifa, no Dubai, o edifício mais alto do mundo Mosab Oma/REUTERS

O melhor arranha-céus do mundo em 2013 é a sede da televisão estatal chinesa CCTV, em Pequim, projectada pelo atelier do arquitecto holandês Rem Koolhaas, também autor da Casa da Música, no Porto. O prémio surge dez anos depois de Koolhaas ter escrito uma espécie de manifesto intitulado Matem o Arranha-Céus, onde se queixava da falta de imaginação na construção desta tipologia de edifício. Agora o Prémio Pritzker mostrou-se grato por ser reconhecido por “uma comunidade que está a tentar tornar os arranha-céus mais interessantes”.

O anúncio dos vencedores foi feito quinta-feira e foi o corolário de quase um ano de trabalho do júri, que analisou mais de 60 projectos. O inconfundível edifício assinado pelo OMA - Office for Metropolitan Architecture de Koolhaas em Pequim foi distinguido por, “em vez de competir na corrida pela maior altura e pelo estilo através de uma torre tradicional elevando-se rumo ao céu, a volta do CCTV propõe uma verdadeira experiência tridimensional” aos 234 metros, como disse o júri.

A decisão do Council on Tall Buildings and Urban Habitat, a autoridade mundial no campo dos arranha-céus, deixou para trás outros três edifícios que com ele competiam pelo título: o canadiano The Bow, projectado pela Foster + Partners de David Foster, o londrino The Shard, de Renzo Piano, e Sowwah Square, em Abu Dhabi, pela Goettsch Partners. A eleição anual é feita a partir de uma escolha por categoria geográfica, sendo eleitos os melhores no continente americano, europeu, asiático e no Médio Oriente e África.

Na sua apresentação do projecto na cerimónia de quinta-feira, em Chicago, Rem Koolhaas lembrou o seu manifesto: “Quando publiquei o meu último livro, Content, em 2003, um dos capítulos chamava-se Matem o Arranha-Céus. Basicamente era uma expressão de desilusão com a forma como a tipologia do arranha-céus era usada e aplicada. Não achava que restasse muita vida criativa nos arranha-céus. Por isso, tentei lançar uma campanha contra os arranha-céus na sua forma mais desinspirada.”

Brincando com o facto de estar a ser premiado por um arranha-céus e com o facto de essa “declaração de guerra” ter sido ignorada, o arquitecto agradeceu aos seus pares pelo prémio, que tiveram de votar quatro vezes até encontrarem o vencedor. O público presente na cerimónia foi também convidado a votar e o resultado coincidiu com a escolha do júri.

Entretanto, o Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH) tem uma outra tarefa importante em mãos, cujos resultados devem ser conhecidos na próxima semana: há dois edifícios em luta pelo título de edifício mais alto do Ocidente – sendo que não existe uma medida específica para o que é considerado um edifício elevado, um arranha-céus ou mesmo uma mega-estrutura. Mas há critérios, como explica o CTBUH no seu site. E agora, a velhinha Willis Tower de Chicago (mais conhecida como Sears Tower e um dos ícones da silhueta da cidade do Illinois) bate-se com o novo One World Trade Center, em Nova Iorque, para se poder apelidar de “mais alta”.

Em causa não estão dúvidas quanto a medidas: é certo que o edifício construído após a queda das Torres Gémeas nos atentados de 11 de Setembro de 2001 tem 541 metros (1776 pés, em tributo à data da Declaração de Independência dos EUA) e que a Willis Tower no centro da terceira maior cidade dos Estados Unidos 442 metros, não incluindo as antenas que a encimam (527 com as ditas antenas). A dúvida reside no topo. No cimo do One World Trade Center está uma antena ou um pináculo? Se os 30 membros da comissão que se reuniu sexta-feira para avaliar o caso concluírem que é uma antena, Chicago volta a sentar-se no trono - as antenas de telecomunicações são consideradas acrescentos amovíveis nos edifícios e não são contabilizadas para a altura final.

Actualmente (e desde 2010), o edifício mais alto do mundo é o Burj Khalifa, no Dubai, com 828 metros de altura.
 
 
 
 

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