Isabel Stilwell edita romance histórico sobre Rainha Dona Amélia

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Dona Amélia, a última Rainha portuguesa, foi uma mulher determinada e com capacidade de ultrapassar as dificuldades, disse Isabel Stilwell, autora do romance histórico “D. Amélia”.

A jornalista e escritora disse que “os romances históricos são um meio de trazer o passado até ao presente” e defendeu que podem servir como manuais de História. “Tudo o que sei da História de Inglaterra foi através dos romances históricos que li”, asseverou.

“É importante conhecer o passado para perceber o presente e o futuro, e a História não pode cristalizar nos manuais escolares”, defendeu a escritora, para quem a História é muitas vezes leccionada de acordo com certas ideologias de regime. “Para nos aproximarmos das personagens históricas e para percebermos as épocas, precisamos de recriar com o máximo de emoção e diversidade e com uma grelha histórica rigorosíssima por detrás, como é o meu caso. Senão não conseguimos trazer o passado ao presente”, defendeu.

A narrativa do livro “D. Amélia. A rainha exilada que deixou o coração em Portugal”, editado pela Esfera dos Livros, começa em 1871, quando a família Orleães atravessa o canal da Mancha para voltar a França, pondo fim ao exílio que foi decretado à Família Real pela República Francesa; Maria Amélia Luísa Helena de Orleães contava cinco anos. Ao longo da narrativa são transcritas várias cartas de e para a Rainha, entre elas, uma que Dona Amélia envia de Biarritz ao filho D. Manuel a propósito do seu casamento com Luísa de Battenberg, que a autora julga ser até agora desconhecida.

Se o canal da Mancha é o primeiro cenário, ao longo do livro de 542 páginas há vários cenários desde o Castelo de Eu na Normandia a Paris, onde se celebra uma pomposa festa de noivado sem D. Carlos, o Palácio de Belém ou o das Necessidades, até ao Castelo Bellevue (próximo de Paris). A ideia, disse Isabel Stilwell, foi conseguir “uma imagem próxima e real da Rainha, equidistante do que escreveu a História pró Monarquia ou a História pró República.

Amélia teve “uma educação rigorosa, com algumas chapadas da mãe, Maria Isabel de Orleães, com um sentido de dever e de missão, mas calorosa, num ambiente afável, em que se percebe que há uma relação calorosa e de clã”. Para a autora, aquela que foi a última Rainha de Portugal, pelo casamento com D. Carlos, “com o tempo tornou-se mais dura e com as defesas aguerridas porque passou por sofrimentos e era uma mulher determinada que teve a capacidade de superar os obstáculos e as tragédias”, entre estas a morte de dois irmãos ainda crianças e os assassinatos do marido e do filho em Fevereiro de 1908.

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