CMVM proíbe venda a descoberto de acções do BES

Acções do banco caíram mais de 10% e renovaram novo mínimo histórico.

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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários anunciou a proibição de vendas a descoberto de acções do BES, bem como da Jerónimo Martins, na sequência das acentuadas desvalorizações dos títulos na sessão bolsista desta quarta-feira.

Segundo os regulamentos da União Europeia, aplicáveis à bolsa portuguesa, o supervisor dos mercados pode determinar a restrição temporária da venda a descoberto de "instrumentos financeiros em caso de diminuição significativa do respectivo preço".

O limiar que possibilita à entidade liderada por Carlos Tavares accionar este mecanismo está fixado na queda de 10% ou mais no preço das acções em causa, face ao preço do fecho da sessão bolsista da véspera. 

As acções do Banco Espírito Santo (BES) fecharam nesta quarta-feira a cair 10,53%, para 0,35 euros, arrastando, juntamente com a Jerónimo Martins (cujos títulos perderam 13,53%), o principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI 20, para uma queda de 3,33%.

Desde o início do ano, a capitalização bolsista, ou valor de mercado do banco, já caiu mais de 50%, de 4200 milhões para 1900 milhões de euros. O banco apresenta agora uma capitalização inferior à do BPI.

Na última sessão antes da apresentação de resultados, as acções do BES renovaram novo mínimo histórico, nos 0,34 euros, o que agrava as perdas dos investidores que foram ao último aumento de capital, realizado a 0,70 euros, apenas há dois meses. A queda voltou a ser acompanhada de um forte volume de transacções, que se aproximou dos 161 milhões de títulos movimentados. 

Esta tendência reflectiu os receios em relação à dimensão dos prejuízos semestrais do banco, que se soube agora terem atingido um recorde de 3,5 mil milhões de euros.

A nova equipa de gestão, liderada por Vítor Bento, e o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, têm garantido que há diversas entidades interessadas em assumirem uma posição de referência no BES num eventual aumento de capital. Sem adiantar nomes, e sem se conhecerem em que condições estão dispostas a entrar, estas declarações não são suficientes para tranquilizar os investidores.

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