Acções do BES em alta, em dia de detenção de ex-presidente

Provável diluição da participação da família Espírito Santo no banco ajuda a explicar tranquilidade dos investidores.

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Acordo sobre BES Angola negociado ao mais alto nível. Sara Matos

As acções do Banco Espírito Santo (BES) terminaram a sessão bolsista desta quinta-feira com uma valorização de 1,88%, para 0,49 euros, indiferentes à detenção, para interrogatório, do ex-presidente da instituição, Ricardo Salgado.

Ao longo do dia, as acções chegaram a subir mais de 10%, acompanhando os fortes ganhos do restante sector e a evolução positiva de todos os mercados accionistas europeus.

O comportamento positivo das acções pode ser explicado pelo facto de se vislumbrar uma diluição da participação da família Espírito Santo no BES, na sequência da profunda crise financeira do grupo familiar.

A participação da família no banco é feita através da Espírito Santo Financial Group (ESFG), que à semelhança de duas outras holdings da família, já pediu protecção de credores. A ESFG, que já tinha sido expulsa do principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI 20, controla 20,1% do BES, mas a influência da família Espírito Santo esbateu-se drasticamente.

O facto de Ricardo Salgado se encontrar afastado da gestão do banco, confiada agora a uma equipa independente, liderada por Vítor Bento, também deixa os investidores mais tranquilos.

As quedas dos últimos dois meses foram muito expressivas, gerando uma desvalorização de quase 60%, que cria margem para alguma subida dos títulos, embora continuem em aberto muitas questões, designadamente a dimensão da exposição do banco ao grupo familiar. As notícias da entrada de dois investidores institucionais, assumindo participações relevantes, entre os quais a Goldman Sachs (2,27%) ajudam a criação de um sentimento maior confiança no mercado. A bolsa encerrou a subir 1,42%, com o BCP a subir 8% e o BPI 4,4%. O Banif ganhou 1,1%.

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