Facebook penaliza páginas com má publicidade

Sites que tenham anúncios enganadores, sexualmente sugestivos ou em número excessivo face ao conteúdo passarão a surgir mais em baixo no feed de notícias.

Foto
A rede social encaminha milhões de utilizadores para sites em todo o mundo Stefanie Loos/Reuters

O Facebook vai passar a dar menos importância a páginas cujo conteúdo considere não ter qualidade e que tenham anúncios que vão contra as regras da empresa.

O objectivo é melhorar a experiência dos utilizadores e retirar incentivos económicos aos muitos sites que ganham dinheiro com aquele tipo de publicidade. Isto incluiu sites criados para rentabilizar conteúdo barato e fácil de produzir (é o caso dos muitos sites de listas ou de conjuntos de fotografias), bem como os sites de notícias falsas, que são um tema quente sobretudo desde a eleição de Donald Trump e que, em muitos casos, têm uma motivação económica e não política.

“Ouvimos da nossa comunidade que ficam desapontados quando clicam num link que leva a uma página que tem pouco conteúdo substancial, e que está coberta de anúncios invasivos, chocantes ou maliciosos”, lê-se numa nota publicada nesta quarta-feira. 

As mudanças começarão agora a ser aplicadas de forma gradual. As páginas que tenham aquelas características vão aparecer aparecer mais em baixo no feed de notícias dos utilizadores e algumas não poderão ser promovidas como anúncios – ou seja, os criadores não poderão pagar para que sejam mostradas aos utilizadores da plataforma.

O Facebook, que tem perto de 1300 milhões de utilizadores diários, é uma fonte importante de tráfego para inúmeros sites (em alguns casos, é a origem da maioria dos visitantes) e sempre que faz alterações no algoritmo responsável por aquilo que é mostrado (e pela ordem em que é mostrado) há sites que notam a mudança. Aqueles cujo conteúdo e publicidade não infrinja as regras do Facebook poderão sentir um “pequeno aumento do tráfego”, disse a rede social, ao passo que os restantes “deverão assistir a um declínio”.

As mudanças, porém, só vão afectar um número relativamente pequeno de sites. Em declarações à agência Reuters, o vice-presidente com o pelouro da publicidade, Andrew Bosworth, disse que só os sites que fazem spam têm com que se preocupar. "Isto é um pequeno número dos piores dos piores", afirmou.

Na nota agora publicada, o Facebook remete para as regras relativas à qualidade dos anúncios. Entre as práticas que a rede penaliza estão o uso de imagens “sexualmente sugestivas” ou “chocantes”, conteúdos publicitários “maliciosos ou enganadores”, e ainda páginas com um número demasiado elevado de anúncios. Também é penalizado o recurso aos chamados pop-ups – os anúncios que “saltam” para a frente do conteúdo e se sobrepõem ao resto da página – e às páginas de publicidade que surgem antes da página que o utilizador pretende ver e que o obrigam a clicar ou esperar alguns segundos para poder avançar.

Nos últimos meses, o Google e o Facebook têm sido pressionados a tomar medidas para evitar a disseminação de desinformação, nomeadamente através da redução dos incentivos financeiros. Em Janeiro, o Google tinha anunciado que, em dois meses, banira 200 sites da sua plataforma de anúncios, que permite a qualquer pessoa mostrar publicidade numa página e receber uma parte do dinheiro pago pelos anunciantes.

Já em Agosto, o Facebook tinha decidido penalizar os sites com títulos enganadores ou que intencionalmente escondem parte da informação numa tentativa de levar o utilizador a clicar, uma técnica vulgarmente chamada clickbait.

Sugerir correcção
Comentar