A sucessora das velhinhas Polaroid chega a 10 de Maio

Impossible Project, que já tinha ressuscitado o filme para as antigas câmaras, apresentou a I-1, analógica e, ao mesmo tempo, muito digital.

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A nova Impossible I-1 custará 299 dólares nos EUA DR

Ressuscitar o fime instantâneo da Polaroid, sem uma fórmula, parecia tão inútil quanto impossível, na era dos pixéis e com tantos sucedâneos no mercado. Mas não foi. E a Impossible Project, a empresa que com os seus novos cartuchos conseguiu dar uma segunda vida aos milhões de velhinhas câmaras saídas durante décadas da criatividade da firma fundada por Edwin Land, anunciou esta terça-feira que a sucessora da última Polaroid analógica vai ser lançada a 10 de Maio. Chama-se I-1 e, segundo a Bloomberg, tem muito de parecido com os seus antepassados, mas não descura as possibilidades abertas pelo digital.

O anúncio chega com uns meses de atraso em relação ao prometido pelo anterior CEO da Impossible, Creed O’Hanlon, numa entrevista ao PÚBLICO em Dezembro de 2014. Mas isso pouco importará para quem nem sequer esperava que a indústria se interessasse por recuperar um ícone da sociedade de consumo que teve várias derivações e modelos mas um efeito comum de popularização da fotografia. Numa altura em que a empresa que detém a marca Polaroid se dedica ao digital, a IP desenvolve uma nova câmara para o filme 600, cuja produção vem reinventando desde 2008, numa experiência que quase falhou, por falta de qualidade, mas teve uma reviravolta positiva com a contratação de um antigo colaborador do Dr. Land.

Mas a nova I-1, para a qual será também desenvolvido um filme específico, sem a habitual bateria no cartucho (desnecessário no novo modelo, coisa que o ambiente agradece), é mais do que um revamp, das antigas Polaroids. Segundo a notícia da Bloomberg, a câmara apresentada esta segunda-feira pelo actual CEO da Impossible, Oskar Smolokowski, tem poucos botões, um flash de led que se auto-ajusta, através de um sensor, à luz ambiente e à distância ao objecto. Mas quem não gostar de ser conduzido pelo automatismo pode sempre ligá-la, via bluetooth, a um smarthphone, e a uma aplicação que permite ajustar abertura, velocidade de obturação, e as definições do flash, disparar a câmara remotamente e aplicar um conjunto de efeitos pré-definidos, a partir de dupla exposição ou disparo com maiores tempos de exposição, a pensar nos que gostam de brincar com rastos de luz, por exemplo.

Para já, só se conhece o preço para o mercado norte-americano. A nova Impossible I-1 custará 299 dólares, valor próximo do que é pedido por algumas câmaras antigas no mercado de segunda-mão que a empresa tem ajudado a alimentar, com o seu stock de máquinas reparadas. Na antiga fábrica da Polaroid em Enschede, na Holanda, a IP produz filme para as câmaras dos modelos 600 e SX-70 e também o filme de grande formato, para além de uma impressora que transforma as fotos dos nossos telefones inteligentes em algo parecido com aqueles instantâneos de antigamente. Agora estreia-se com a sua própria câmara analógica (e muito digital), a piscar o olho aos modernos saudosistas.

 

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