Urgência em Albufeira com apenas um médico e esperas de seis horas

Ordem dos Médicos critica recurso a médicos tarefeiros para colmatar lacunas no SNS.

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Os problemas registados no domingo já terão entretanto sido ultrapassados Vasco Célio (arquivo)

Um único médico esteve neste domingo a atender no Serviço de Urgência Básica (SUB) de Albufeira, no Algarve, onde os doentes esperaram em média seis horas, situação que já motivou críticas do bastonário da Ordem dos Médicos.

José Manuel Silva disse à agência Lusa que foi informado da falta de médicos neste SUB, que tem de ter pelo menos dois clínicos ao serviço, devendo ser mais nesta época do ano numa região onde se encontram tantos turistas e ainda por cima com elevadas temperaturas que motivaram alertas das autoridades. "Fazem-se planos para as ondas de calor, mas depois não há médicos porque estes serviços continuam a depender de empresas" que fornecem clínicos.

A situação só ficou resolvida já durante a noite, quando um médico de serviço em Faro foi deslocado para a urgência de Albufeira para apoiar no atendimento aos doentes. A administração do Centro Hospitalar do Algarve, a que pertence o SUB de Albufeira, justificou os problemas registados com uma falha nas escalas, depois de um médico contratado ter faltado ao serviço.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, "é inadmissível que estes serviços continuem a recorrer às empresas e que tudo continue igual, mesmo depois de o ministro da Saúde ter garantido acabar rapidamente com esta dependência". "O Estado, em vez de fazer contratos estáveis com médicos, continua a privilegiar as empresas como fornecedoras de mão-de-obra", adiantou.

O clínico lamenta "o desespero" do único médico que se encontrava ao serviço, quando eram esperados pelo menos dois, bem como dos doentes que têm de esperar horas para ser atendidos. O SUB de Albufeira pertence ao Centro Hospitalar do Algarve.

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