Três centenas contestam exploração de hidrocarbonetos no Algarve e Andaluzia

Grupos do Algarve e de Huelva que contestam a prospecção e exploração de gás e petróleo marcharam na Ponte do Guadiana

Foto
Movimento de cidadãos "preservar Aljezur" junto ao terreno pertence ao empresario Sousa Cintra, industrial dos petróleos, da empresa Portfuel, onde alegadamente estava a ser feito um furo para captação de água. Rui Gaudencio

A Ponte Internacional do Guadiana recebeu hoje perto de 300 pessoas que aderiram ao evento Pontes pelo Clima organizado por grupos do Algarve e de Huelva que contestam a prospecção e exploração de gás e petróleo.

Esta acção ibérica foi um primeiro encontro promovido pelos grupos Tavira em Transição e Mesa del Rio com o intuito de criar laços entre portugueses e espanhóis tendo como ponto comum a defesa do ambiente e de opções alternativas à utilização e extracção de hidrocarbonetos.

A presidente da Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve (ASMAA), Laurinda Seabra, explicou à Lusa que o evento permitiu trocar conhecimentos, experiências e preocupações entre as pessoas que vivem no Algarve e em Andaluzia, até porque em Andaluzia o processo já está mais avançado.

"O Governo está a brincar, não está a ouvir seriamente a população", afirmou Laurinda Seabra considerando que o argumento de que é preciso conhecer as características e constituição do subsolo é falso. "Ninguém está a explicar porque é que temos de saber o que é que existe [no subsolo]", sublinhou.

O encontro ficou marcado pelo facto de a marcha prevista sobre a Ponte do Guadiana só se ter realizado na parte espanhola daquela estrutura porque as autoridades portuguesas contactadas não deram autorização.

Entre os participantes portugueses estiveram membros da Plataforma Algarve Livre de Petróleo, do grupo Tavira em Transição, da ASMAA e grupos de Aljezur e Vila do Bispo que estão particularmente envolvidos na contestação da prospecção e exploração de gás e petróleo no Algarve.

"Portugal devia dedicar-se a 100% ao desenvolvimento de energias alternativas e criar uma nova lei a dizer que vai ser um país líder na área alternativa e não vai deixar a exploração de hidrocarbonetos ter lugar. Isso é o que nós queremos", afirmou Laurinda Seabra.

Espanhóis e portugueses voltam a encontrar-se em Lisboa a 12 de Novembro na marcha pelo clima. No Algarve, a ASMAA tem inscrições abertas para a viagem de autocarro que está a organizar com vista à participação na marcha pelo clima.  

Sugerir correcção
Comentar