Governo ignora protestos contra a exploração petróleo e gás no Algarve

O primeiro-ministro disse apenas que “investir na protecção da natureza é investir no futuro do Algarve e é isso que mais valor tem sob o solo, acima do solo, no mar ou em terra”.

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António Costa, primeiro-ministro Fernando Veludo/NFactos

Antes que seja tarde, dizem os algarvios, “rasguem os contratos” da prospecção e exploração de petróleo e gás, em terra e no mar. O primeiro-ministro, António Costa, foi ontem confrontado com a uma manifestação representativa de vários movimentos cívicos, mas não se comprometeu em fazer reverter os contratos, assinados pelo anterior executivo. Em Loulé, onde apresentou a moção que levará ao congresso do PS, mais de uma centena de pessoas disseram “não” à industria petrolífera.  No próximo mês de Outubro, está previsto que o consórcio Repsol/Partex inicie a exploração de gás, em frente às praias de Olhão e Tavira.

Em Loulé, o primeiro-ministro começou por inaugurar inaugurar o Passeio das Dunas – uma obra de requalificação ambiental, no valor de quatro milhões de euros –, que liga Quarteira a Vilamoura, junto ao mar. Os autarcas locais aproveitaram, também, a ocasião para se manifestarem contra a exploração de petróleo. Em resposta às preocupações levantadas, o chefe do Governo afirmou: “Investir na protecção da natureza é investir no futuro do Algarve e é isso que mais valor tem sob o solo, acima do solo, no mar ou em terra”. João Eduardo Martins, da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), comentou: “Palavras bonitas que não têm consequências”. O primeiro-ministro recebeu uma delegação de ambientalistas, tendo-se limitado a informar que pedira à Procuradoria-Geral da República que analise o último contrato, atribuído à Portfuel ( do empresário Sousa Cinta), para a pesquisa e exploração  de hidrocarbonetos em terra.

Ainda na área do Ambiente, Costa reconheceu que a nova versão do Simplex, cuja aprovação está prevista para a próxima quinta-feira, introduz um “marco” na simplificação dos projectos de investimento turístico. A medida, justificou, visa “não criar barreiras, entraves desnecessários, para aquilo que deve ser o investimento na valorização do turismo”.  

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