Protecção Civil compara este Verão aos piores anos de fogos

Comandante nacional recorda as "más memórias" dos anos de 2003, 2005 e 2012, em que se viveram "condições climatéricas muito adversas".

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Portugal activou nesta quarta-feira o mecanismo europeu de Protecção Civil Rui Gaudêncio (arquivo)

O comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) comparou nesta quarta-feira a actual situação climatérica ao registado nos piores anos de incêndios no país, recordando as "más memórias" dos anos de 2003, 2005 e 2012.

"Esta severidade só a vamos encontrar em anos de que temos más memórias", lembrou o comandante operacional nacional da ANPC, José Manuel Moura, referindo-se aos anos de 2003, 2005 e 2012, em que se viveram "condições climatéricas muito adversas".

Nos últimos dias, o número de incêndios registados no país ultrapassou sempre as 300 ocorrências. Neste momento, "estamos com muitos teatros de operações, todos a requisitar meios e a necessitar de meios", disse o responsável, depois de ter revelado que durante o dia de hoje muitas zonas do Norte do país, acima do rio Mondego, continuavam a arder.

A agravar este cenário estão as previsões meteorológicas: a ANPC teme que na madrugada de quinta-feira a situação se agrave, já que há previsões de rajadas de ventos na ordem dos 80 ou 90 km/hora.

"As populações têm de ter um estado de alerta significativo se houver alguma situação de haver necessidade de evacuação", sublinhou o comandante, lembrando que existem situações em que "a velocidade de propagação do vento é de tal ordem que não há condições para fazer o combate".

Nesses momentos, a preocupação máxima de quem está a trabalhar no terreno é "a defesa das pessoas e bens" e "todo o cuidado é pouco", disse.

O agravamento das previsões meteorológicas nos últimos dias levou a que o Governo accionasse o pré-alerta do mecanismo europeu de Protecção Civil, que acabou por ser activado hoje: "Prevíamos que hoje ia ser um dia particularmente difícil", recordou o comandante durante a conferência de imprensa realizada hoje ao início da noite em Carnaxide.

Portugal solicitou quatro mecanismos de combate e a Itália já disponibilizou um avião Canadair que chega a Portugal esta quinta-feira. "Em 13 anos, esta é a 11.ª vez que o mecanismo é activado", lembrou.

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