Número de casos de bactéria multirresistente em Coimbra estabilizou

Permanecem internados os mesmos 21 doentes de quarta-feira, mas não foram diagnosticados novas situações de Klebsiella pneumoniae.

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A mesma bactéria foi detectada em 2015 em mais de cem pessoas em Gaia Marco Duarte

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) informou nesta quinta-feira que se mantêm internados nesta instituição os mesmos 21 doentes com Klebsiella pneumoniae de quarta-feira. Apesar de nenhum ter tido ainda alta, os rastreios que foram realizados às pessoas que tinham contactado com estes doentes revelaram-se negativos, pelo que não aumentou o número de portadores da bactéria. Esta foi a mesma bactéria responsável pelo surto do ano passado no Hospital de Gaia.

De acordo com um novo comunicado do CHUC, “encontram-se internados os mesmos 21 doentes” e os valores de quarta-feira continuam actualizados. Isto é, no total há 13 doentes infectados e oito que são portadores da mesma bactéria mas que não têm sinais clínicos da doença, pelo que se diz que estão apenas “colonizados”. “Destes 21 doentes, três estão internados na Medicina Intensiva, não estão infectados, estando apenas colonizados; nenhum deles está internado com patologia relacionada com a Klebsiella”, esclarece a nota. No total, foram registados três óbitos em doentes em que foi detectada a bactéria.

Na quarta-feira estavam quatro pessoas nos cuidados intensivos, todas com motivos relacionados com outras doenças que tinham de base. Uma delas “teve alta deste Serviço, como aliás estava previsto, sendo transferido, com estado melhorado, para a UCCI”, a Unidade de Cuidados Continuados Integrados. Dos três doentes que permanecem na Medicina Intensiva, dois têm “prognóstico favorável” e há um politraumatizado que “tem ainda prognóstico reservado devido ao politraumatismo, mas não com patologia relacionada” com a bactéria.

No terreno, o CHUC mantém as mesmas medidas que já tinha implementado, ou seja, uma “task force, nomeada pelo conselho de administração, para acompanhamento destas situações, nomeadamente para implementação de medidas de contenção e rastreio e monitorização da eficácia das mesmas, tendo por base as orientações da Direcção-Geral da Saúde”. O hospital está a fazer o rastreio diário de todos os doentes que tenham contactado com possíveis casos e assegura que procedeu ao “isolamento físico” dos doentes com a bactéria.

Além disso, houve uma “adopção de equipamentos de protecção individual e prevenção da infecção específicos (vestuário descartável para uso dos profissionais e batas para as visitas dos doentes) e de procedimentos adicionais de reforço de desinfecção de vestuário e de superfícies”. No Serviço de Medicina Intensiva há, ainda, um espaço e equipas dedicadas em exclusivo a estes doentes.

O CHUC tem recusado falar num surto como o de Gaia – que no ano passado infectou mais de cem pessoas e provocou três óbitos – defendendo que tem habitualmente 1900 doentes internados e que 24 é um número diminuto. No entanto, a verdade é que o número de doentes com a bactéria é bastante superior ao registado em Outubro e praticamente quadruplicou. Nessa altura, perante a informação de alguns casos, o PÚBLICO questionou o CHUC que respondeu que no dia 20 de Outubro tinha “internados no polo HG (vulgo Covões) do CHUC, cinco doentes infectados com Klebsiella pneumoniae (dois com infecção urinária e três com infecção respiratória)”.

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