Na PSP há “entre 7 a 10 mil” agentes desperdiçados em tarefas burocráticas

Sindicato do Pessoal Técnico da PSP aplaude intenção de transferir agentes dos gabinetes para as ruas, mas lamenta que medida não abranja mais quadros.

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Milhares de agentes poderiam voltar às missões operacionais "praticamente sem custos" Nélson Garrido

Na PSP há entre sete a 10 mil agentes desperdiçados em tarefas burocráticas que deveriam ser transferidos para missões operacionais, segundo o Sindicato do Pessoal Técnico daquela força de segurança. Numa reacção ao anúncio de que 612 elementos da PSP e GNR serão desafectados do trabalho administrativo, feito recentemente pelo Ministério da Administração Interna (MAI), aquele sindicato congratula-se com o princípio, mas lembra que a medida deveria abranger muitos mais agentes.

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“Há 42 anos que se esperava uma atitude como a agora tomada (…). Pequena mas simbólica”, começa por se congratular o sindicato, numa nota enviada esta terça-feira às redacções, para logo de seguida instar o MAI a adoptar “medidas mais racionais e mais eficazes”, atendendo a que o “objectivo primordial” das forças de segurança é zelar pela segurança de pessoas e bens” e não “o cumprimento de tarefas burocráticas”. <_o3a_p>

Dos 612 agentes da PSP e GNR que serão agora “reabilitados” para as funções para que foram preparados, cerca de 200 são da PSP, segundo o sindicato. Ora, só nesta força de segurança, que conta com cerca de 22 mil agentes, são entre sete a 10 mil os que estão adstritos a funções burocráticas, pelo que, defende o sindicato, seria de esperar que mais elementos operacionais voltassem às ruas. <_o3a_p>

A reivindicação surge na mesma altura em que se soube que o Ministério das Finanças iria autorizar a entrada de apenas 300 novos agentes, em vez dos 800 que terão sido prometidos pelo primeiro-ministro, devido a “constrangimentos orçamentais”. E, lembrando que a formação de um novo polícia custa à volta de 30 mil euros, o sindicato conclui que a formação dos prometidos 300 novos polícias custará nove milhões de euros ao erário. Logo, seria muito mais barato garantir o regresso às missões operacionais dos milhares de agentes que estão confinados aos trabalhos de secretária. Até porque bastaria para tal garantir a frequência de pequenas acções de formação no departamento que existe na PSP especificamente para esse fim. Uma solução que se apresenta "praticamente sem custos", ainda segundo o sindicato.<_o3a_p>

Sendo verdade que garantir o regresso de tantos agentes às ruas obrigaria à contratação de mais pessoal técnico, o sindicato defende que a solução poderia passar pelo recurso aos concursos de mobilidade interna da função pública, à semelhança do que diz verificar-se na Polícia Judiciária e no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. <_o3a_p>

O Sindicato do Pessoal Técnico da PSP lembra ainda a propósito que o quadro de pessoal técnico está muito longe de estar preenchido. “Estando prevista a existência de um quadro de 1250 elementos, os efectivos ficam-se apenas por 700”, escreve, para sublinhar que isto resulta “no mais baixo rácio pessoal técnico/elementos operacionais de toda a Europa: 1,8% do efectivo total, contra entre 20 a 30% nas outras polícias europeias”.<_o3a_p>

Ao PÚBLICO o MAI recusou comentar esta tomada de posição do sindicato, mas, de acordo com o anúncio feito no início de Agosto, dos 612 elementos que vão voltar às tarefas operacionais, 50 deverão fazer essa transição ainda este ano, enquanto os restantes 562 terão de aguardar por 2017.

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