Ministro da Saúde considera greve uma expressão normal de um direito cívico

Adalberto Campos Fernandes diz não ter dados para avaliar impacto da greve.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O ministro da Saúde classificou nesta sexta-feira a greve da função pública como uma expressão normal de um direito cívico, garantindo que desconhece até ao momento o seu impacto na saúde. Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de inauguração das novas instalações do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e Dependências (SICAD), no Parque de Saúde Pulido Valente, em Lisboa.

“Não tenho informações oficiais, a não ser o que tenho visto nos jornais. Normal. É uma expressão sindical generalizada afecta a sectores como a educação a saúde e administração pública, expressão normal de um direito cívico”, disse.

Questionado sobre o impacto na saúde, nomeadamente o adiamento de consultas e cirurgias, o ministro disse que isso o preocupa e que tem dito às equipas para compensarem esse tempo. “Claro que me preocupa. E claro que temos com os utentes uma preocupação. Temos dito às equipas nos hospitais para que haja uma compensação desse tempo. Mas quem convoca greves não é o Governo; o Governo limita-se a cumprir o que a Constituição determina, que é respeitar o direito à greve”, disse. Quanto à dimensão do impacto da greve, o ministro garantiu não ter esses dados.

O sector da saúde teve hoje uma adesão à greve da função pública na ordem dos 90%, segundo a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a greve nacional de hoje foi anunciada no início de Abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado. O regime das 35 horas foi reposto em Julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE.

A citada federação sindical, afecta à CGTP, é composta pelos sindicatos do Norte, Centro, Sul, regiões autónomas e consulares, e representa 330 mil funcionários. A última greve geral que convocou, com vista à reposição das 35 horas semanais, realizou-se em Janeiro do ano passado, e teve, segundo a estrutura, uma adesão média de 70% a 80%, incluindo os hospitais.

 

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