Dois colégios privados investigados por pressionarem alunos

Denúncias de pressões a alunos e famílias para participarem em protestos leva Inspecção-Geral da Educação a fazer "averiguações" a Colégio Conciliar de Leiria e a outro não identificado.

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Colégios manifestaram-se neste domingo em Lisboa Daniel Rocha

A Inspecção-Geral de Educação e da Ciência abriu inquéritos a dois colégios privados com contratos de associação, na sequência de denúncias de que estes estarão a pressionar alunos e famílias para participarem nas manifestações de protesto contra os cortes no sector, adianta este domingo o “Diário de Notícias”.

A informação foi confirmada pelo gabinete de comunicação do Ministério da Educação, que esclareceu porém não ter tido qualquer intervenção directa na abertura dos inquéritos, tendo a iniciativa partido da inspecção-geral.

Um dos colégios investigados é o Conciliar de Maria Imaculada de Leiria. Segundo uma notícia do semanário "Jornal de Leiria", a directora do colégio terá dito que desconhecia consequências negativas do envolvimento das crianças nas acções de contestação e sublinhou que teve o cuidado de resguardar os alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo desse tipo de formas de protesto.

O Ministério da Educação adiantou que houve pelo menos mais uma denúncia, relativa a outra localidade, que também continha matéria de facto suficiente para justificar a intervenção da inspecção-geral. "Estão ainda instauradas averiguações noutro colégio", adiantou a tutela, qiue se escusou a identicar o estabelecimento, "por razões que se prendem com esta investigação em concreto".

Sem processo de averiguações, por não terem sido encontrados motivos que o justifiquem, ficaram as denúncias relativas ao Colégio São João de Brito, acusado pelo comentador da SIC Notícias e da TSF (e cronista do DN) Pedro Marques Lopes de "incitar alunos" a participarem nas manifestações. O colégio em causa não tem contratos deste tipo há muitos anos.

Citado pelo DN, Luís Marinho, representante dos pais no Movimento Defesa da Escola Ponto (que tem dinamizado várias acções de protesto, como a manifestação de há uma semana em Lisboa e o envio de dezenas de milhares de cartas para o primeiro ministro e para o Presidente da República), garantiu desconhecer qualquer prova de abusos nesta matéria. "Não temos nenhuns dados objectivos sobre o exercício dessas pressões. Não há ninguém com rosto que tenha dito que essas pressões tenham sido feitas por A, B, C ou D", assegurou.

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