PSD-Porto à conquista das 18 câmaras do distrito em eleições "atípicas"

Presidente da distrital almoçou com todos os candidatos, com excepção do de Matosinhos. Concelhia insurge-se contra os “silêncios” da distrital do Porto e diz que Passos deve sair se tiver um mau resultado nas autárquicas.

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Bragança Fernandes presidente da distrital do PSD-Porto Nelson Garrido

Com 17 concelhos já fechados – falta apenas Matosinhos –, o PSD-Porto parte para o combate das autárquicas com ambição de “ganhar as 18 câmaras do distrito” do distrito, e esse objectivo foi amplamente destacado nesta segunda-feira pelo líder da distrital social-democrata, Bragança Fernandes, no final de um almoço com os candidatos, na Maia.

“Estamos a lutar para ganhar as 18 câmaras. Se não ganharmos 18, ganhamos 17, mas vamos tentar o máximo. Tenho esperança de que vamos fazer um grande resultado, porque estas eleições vão ser extremamente atípicas”, declarou aos jornalistas o líder distrital.

Questionado sobre a razão pela qual considera estas eleições “atípicas”, Bragança Fernandes respondeu com alguns exemplos: “O que está a acontecer na Maia é muito atípico. O filho do professor Vieira de Carvalho [que foi presidente da câmara pelo CDS e pelo PSD] vai ser candidato pelo PS; no Marco, o candidato que era do PSD vai ser candidato pelo CDS; e o que está a acontecer na Câmara do Porto em que Rui Moreira e o PS estavam juntos e agora não. Isto baralha os eleitores”.

Sobre o facto de ainda não ter sido encerrado o processo em Matosinhos, refere que “o PSD tem regras” e que o nome de Joaquim Jorge, que já foi alvo de várias votações, será discutido na quinta-feira em plenário de militantes que dará ou não luz verde ao nome do candidato escolhido pela concelhia.

Antes do almoço com os 17 candidatos, o presidente da concelhia de Matosinhos, José António Barbosa, questionava os “silêncios” da distrital em relação ao nome escolhido. “Não consigo perceber os silêncios da distrital que provocaram equívocos neste processo, fazendo com que o candidato surja casa vez mais fragilizado”, afirma o dirigente concelhio, lamentando que da parte da estrutura distrital “não tenha havido abertura para tranquilamente resolver a questão”.

“Da minha parte houve sempre vontade de colaborar, estive sempre disponível para conversar com a distrital, mas nunca ninguém teve a hombridade de me dizer o que pensava do candidato. Se me dissessem que o Joaquim Jorge não servia para ser candidato, não havia nenhum problema”, sublinhou José António, deixando uma interrogação: “Será que a distrital procurava outras soluções que não encontrou?”.

Em declarações ao PÚBLICO, o social-democrata aproveita a oportunidade para elogiar o líder do partido, Pedro Passos Coelho, enquanto primeiro-ministro, mas apontar-lhe fragilidades como líder da oposição. E embora considere que não é o único responsável, entende que “será muito difícil Passos Coelho manter-se na liderança do PSD se o partido tiver um resultado fraco" nas autárquicas. “Deveria ponderar colocar o lugar à disposição”, defende, afirmando que o seu “partido está a precisar de uma grande reestruturação”.  

Em Matosinhos, o PSD concorre em coligação com o seu parceiro natural: o CDS, mas a distrital ainda não aprovou esse entendimento. Matosinhos terá sido a primeira concelhia do distrito a fazer um acordo com o CDS, em Novembro passado. No total do distrito, o PSD concorre em coligação com o CDS em 12 concelhos.

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