PCP acusa Governo de violar promessas eleitorais sobre demolições na ria Formosa

“Palavra dada é palavra honrada?”, perguntam os comunistas a António Costa, que querem saber se o Governo vai ou não parar as demolições nas ilhas-barreira da ria Formosa.

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Filipe Farinha / Stills (colaborador)

Perante os avanços e recuos do Governo sobre o processo de demolições nas ilhas-barreira da ria Formosa, e depois de ter apanhado o ministro do Ambiente em falso, numa audição na Assembleia da República, o PCP quer agora saber se o executivo de António Costa vai “honrar os compromissos assumidos pelo PS com as populações antes das eleições legislativas” e acabar com as demolições.

Os comunistas entregaram esta sexta-feira uma pergunta dirigida ao próprio primeiro-ministro, o que tem outro peso político do que uma interpelação ao ministro do Ambiente, e utilizam mesmo uma expressão que António Costa tem usado há ano e meio para questionarem: “Palavra dada é palavra honrada?”

Os deputados João Oliveira e Paulo Sá – este último eleito pelo círculo eleitoral de Faro – lembram que, no último ano e meio, os socialistas se têm associado ao PCP contra o processo de demolições e que, na campanha eleitoral, já tinham prometido, numa visita à ria Formosa,"parar as demolições, rever o POOC [Plano de Ordenamento da Orla Costeira], manter os núcleos históricos de Culatra, Hangares e Farol e defender os direitos dos pescadores tradicionais". E em Março último, deputados, autarcas e dirigentes do PS participaram em manifestações contra as demolições, lembram os comunistas.

Os deputados salientam que, apesar de todas as promessas, o actual Governo “decidiu avançar com as demolições”: no mesmo dia em que a sociedade Polis mandava cartas a avisar os proprietários de que iria tomar posse administrativa das habitações, o ministro do Ambiente garantia no Parlamento que nada estava decidido. Chamado à Assembleia novamente, nesta quinta-feira, João Pedro Matos Fernandes disse que as demolições vão continuar, embora não afectem qualquer primeira habitação - “apesar de isso significar a violação de um compromisso assumido pelo PS com as populações”, descreve o PCP.

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