Paulo de Morais defende diplomacia ao serviço da diáspora

Candidato em campamha em Viana do Castelo.

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Rui Gaudêncio

O candidato presidencial Paulo de Morais defendeu neste domingo, em Viana do Castelo, que, se for eleito, irá colocar em prática "uma diplomacia de apoio às comunidades portugueses em todo o mundo", e acabar com a actual "diplomacia do croquete".

"A diplomacia com este Presidente da República será uma diplomacia de apoio às comunidades de todo o mundo. A diplomacia, tal como ela funciona hoje, não é mais do que uma diplomacia do croquete em que os embaixadores passam a vida", afirmou à agência Lusa num café da Praça da República, 'ex-libris' da cidade.

As condições climatéricas adversas obrigaram o candidato a cancelar as acções junto da população, que tinha previstas para a manhã deste domingo em algumas zonas do centro histórico da capital do Alto Minho.

"A maioria das embaixadas não são mais do que casas de férias permanentes de embaixadores, e casas de fins-de-semana dos membros do governo. Isso terá que acabar", sustentou.

No arranque da campanha eleitoral para as presidenciais, Paulo de Morais escolheu a terra natal, Viana do Castelo, região onde "a emigração é uma vivência do quotidiano, para lançar, ao resto do país, a garantia de que, caso seja eleito, vai "mudar completamente o tipo de diplomacia de Portugal".

"Sendo eu Presidente da República só nomearei embaixadores a partir do momento em que tenha garantia que as estruturas externas da administração pública do Estado servirem para acompanhar os portugueses que andam pelo mundo", disse.

Paulo de Morais, ele próprio "com dois filhos emigrados", disse querer implementar "um Ministério, que não se poderá chamar dos Negócios Estrangeiros, que terá que ser das Comunidades Portuguesas para acompanhamento da vida dos portugueses, em todo o mundo".

"Onde estão os portugueses o Estado tem que ir ao seu encontro no sentido de lhes fornecer os serviços do Estado português. A diplomacia terá que ser constituída por estruturas que sejam, no fundo, balcões do cidadão, lojas do cidadão, centenas espalhadas por todo o mundo onde haja comunidade portuguesa e onde os cidadãos, como nós, compatriotas, vivam no Luxemburgo, em Paris, na Venezuela ou na Cidade do Cabo possam dirigir-se para pedir cartão de cidadão, ou a carta de condução", explicou.

Além daquelas estruturas, defendeu a constituição de "escolas de língua portuguesa, e de difusão de cultura portuguesa".

"Gostaria que no fim do meu mandato, onde houver comunidades portuguesas com o mínimo de dimensão, haja um serviço público do Estado português a que os cidadãos tenham acesso, e haja escolas de língua portuguesa onde as famílias de emigrantes possam por os seus filhos a estudar", frisou.

"O Estado português tem que estar em todo o mundo atrás dos portugueses", acrescentou.

O candidato presidencial explicou que escolheu Viana do Castelo para início da campanha eleitoral não só pela componente "afectiva", mas "porque foi no Alto Minho que muitas vezes Portugal se teve que refugiar em tempos difíceis, nomeadamente, quando viu em causa a sua independência, entre 1580 e 1640".

"Camilo Castelo Branco, que viveu no distrito de Viana do Castelo, dizia que o Alto Minho era o verde sobre o granito. Portugal o que precisa é de uma política verde sobre o granito ou seja com valores bem alicerçados, da honestidade da seriedade do trabalho, mas que devem ser exercidos com alegria", afirmou.

Na capital do Alto Minho, o candidato participa ainda num debate, intitulado "Desafio e Mudança", que decorrerá no Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo.

 

 

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