Continuidade na futura direcção gerou mal-estar na bancada do PSD

Deputada apelou a candidatura alternativa à de Hugo Soares.

Foto
Hugo Soares mantém os actuais vices e é candidato único à sucessão de Montenegro na liderança da bancada Rui Gaudencio

A manutenção de todos os actuais vice-presidentes na única lista candidata à direcção da bancada do PSD liderada por Hugo Soares gerou algum mal-estar no grupo. Sociais-democratas contactados pelo PÚBLICO esperavam algumas alterações na composição da direcção e dizem não compreender a continuidade de todos os elementos que foram eleitos em 2013 sob a liderança de Luís Montenegro. Entretanto, a deputada Manuela Tender apelou a uma ou mais candidaturas alternativas à de Hugo Soares que “melhor representem as expectativas” da bancada.

A candidatura, que vai a eleições na próxima quarta-feira, manteve intacta a lista de vice-presidentes. Aos que já estão em funções foram acrescentados mais dois: José Cesário, ex-secretário de Estado das Comunidades; e Margarida Mano, docente universitária. Mantêm-se António Leitão Amaro, Carlos Abreu Amorim, Miguel Santos, Adão Silva, Amadeu Albergaria, Luís Leite Ramos, Sérgio Azevedo, Berta Cabral, Miguel Morgado e Nuno Serra.

Nos secretários da direcção só há mais um nome a acrescentar aos actuais dois elementos eleitos em 2015: Clara Marques Mendes (irmã do ex-líder Luís Marques Mendes); junta-se a Ângela Guerra e a Pedro Pimpão.

O PÚBLICO contactou Hugo Soares, mas o deputado não quis prestar declarações sobre o assunto. 

Hugo Soares, que foi eleito vice-presidente em 2013, lidera a única lista que será candidata às eleições convocadas, na semana passada, por Luís Montenegro. Mas esta sexta-feira surgiu o apelo de Manuela Tender para que haja alternativa. A deputada (eleita por Vila Real), num email enviado aos deputados, considera que “era mais enriquecedor e sinal de vitalidade mobilizadora e democrática ter uma ou mais candidaturas alternativas que melhor representem as expectativas do grupo parlamentar”. Na mensagem, Manuela Tender diz que “nada de pessoal” a move contra Hugo Soares, mas que o grupo conta com “gente de muito valor, de grande experiência política e não só, com brilhantes currículos, de credibilidade, solidez e competência inquestionáveis”, que deviam ser “incentivados nesta fase tão complexa da vida do Parlamento, do partido e do país a assumir a liderança” da bancada.

Outra voz discordante é a do antigo líder da distrital de Aveiro, António Topa, que assumiu ao Observador que considera que Marco António Costa tinha "excelentes qualidades" para ser líder parlamentar. António Topa assumiu que teria apoiado este vice-presidente do partido, mas que, como este não avançou para uma candidatura, acabou por dar o seu apoio a Hugo Soares. 

Sugerir correcção
Comentar