Bélgica já esclareceu caso de funcionário diplomático detido em Bruxelas

Em Maio, um diplomata português foi levado para a esquadra por estar a fotografar a sede da Comissão União Europeia.

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O incidente aconteceu menos de dois meses depois de três ataques terroristas que mataram 32 pessoas Thierry Monasse/AFP

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou ao PÚBLICO que o incidente do funcionário diplomático detido em Bruxelas por estar a tirar fotografias ao edifício sede da Comissão Europeia está encerrado. “O caso foi encerrado com os esclarecimentos prestados pela Bélgica, através do canal diplomático apropriado”, assumiu o gabinete do ministro Augusto Santos Silva.

No início de Maio, Rui Boavida, de 40 anos, conselheiro da Reper – Representação Portuguesa em Bruxelas, acabara de chegar à Praça Schuman para participar numa reunião na sede da Comissão Europeia. Antes de entrar, apontara o seu smartphone para o edifício, com o objectivo de tirar uma fotografia. Acabou detido, após perseguição a pé para fugir a um agente policial que lhe pediu o telemóvel.

A cena seguinte tornou-se viral nas redes sociais: apanhado pelo polícia, Rui Boavida foi encostado às traseiras de um carro, imobilizado e algemado, já sem carteira nem telefone, debaixo dos olhares de outros seis polícias. “Estão a levar-me porque tirei uma fotografia. Então? Isto é a sério?”, gritava o diplomata especialista em questões internacionais da energia e segurança, enquanto era metido numa carrinha e levado para uma esquadra da cidade.

O vídeo de alguns segundos foi colocado no Twitter pelo correspondente da Euronews James Franey que comentou: “Aconteceu um incidente bizarro esta manhã. A polícia de Bruxelas deteve este diplomata português. Reper diz que ele tirou foto a edifício da UE.” Algumas horas depois, o português acabou por ser libertado e a Reper deu o caso como “sanado”.

Na altura, a polícia belga justificou-se com "o alerta terrorista de nível amarelo” de acordo com o qual não era permitido tirar fotografias a edifícios públicos. Recorde-se que Bruxelas havia sofrido três ataques terroristas a 22 de Março, no aeroporto e no metropolitano, reivindicados pelo Estado Islâmico. Pelo menos 250 pessoas ficaram feridas e 32 perderam a vida. O edifício sede da Comissão Europeia chegou a ser encerrado, assim como o aeroporto.

No caso de Rui Boavida, e ao que o PÚBLICO apurou, ficou definido que haveria um pedido de desculpas por parte da diplomacia belga a Portugal, junto da Secretaria-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A resposta agora dada pelo MNE apenas confirma que houve “esclarecimentos prestados pela Bélgica” e que chegaram “através do canal diplomático apropriado”.

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