Bombeiros não vão cobrar por macas retidas nos hospitais

Liga de Bombeiros tinha aprovado a aplicação de taxas aos hospitais pela retenção das macas de ambulâncias, mas houve entendimento com Direcção Executiva do SNS e a medida não vai avançar.

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DE-SNS, Liga de Bombeiros e INEM chegaram a acordo Matilde Fieschi
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As corporações de bombeiros não vão começar a cobrar uma taxa aos hospitais pelas macas retidas nos hospitais. A medida tinha sido anunciada pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) no início do mês, mas, após reunir-se nesta quinta-feira com a Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e com o INEM, foi dado um passo atrás. Temos de fazer parte da solução, disse António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros, que justificou a decisão com o acordo alcançado entre as três partes.

Segundo o responsável, a DE-SNS tem em curso um conjunto de medidas que visa reduzir o tempo de espera por macas retidas nos hospitais. A Direcção Executiva solicitou que não avançássemos com a questão do pagamento dos tempos de espera porque tem um conjunto de medidas que está a implementar e que espera que, em muito curto prazo, surtam efeito, referiu António Nunes aos jornalistas à saída da reunião nas instalações da DE-SNS, no Porto.

Para já, ficou marcada uma nova reunião para avaliar possíveis melhorias, cuja data ainda não foi divulgada. António Nunes, que à entrada para o encontro garantiu que esta seria a última reunião para decidir se e que medidas avançariam, sublinhou, já à saída, que se a aplicação do pagamento pelas macas retidas avançasse podia dar um sinal contrário aos hospitais. Por um lado, estava a DE-SNS a tentar organizar melhor as urgências e nós a dizer 'se pagarem aos bombeiros, nós emprestamos as nossas macas', explicou.

No final de uma reunião do conselho executivo da LPB realizada em Gouveia, no distrito da Guarda, o presidente da Liga adiantou que a decisão foi no sentido de “por cada duas horas após a primeira hora” serem aplicados 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas.

A Liga dos Bombeiros e a direcção liderada por Fernando Araújo tinham-se já reunido na semana passada, quando a decisão quanto à aplicação do pagamento por macas retidas foi adiada. Nessa reunião, a LBP apresentou nove medidas para os problemas que as corporações enfrentam, as quais, adiantou agora, foram todas aceites. “Não havia razão nenhuma para que, neste momento, nós tomássemos uma atitude unilateral, que podia até prejudicar os doentes.

Melhor relação com SNS 24

Do encontro desta quinta-feira resultou também o compromisso de uma melhor relação da Linha de Saúde 24 com os bombeiros (que também se irão reunir) e também com os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (​CODU) no sentido de aumentar a interligação das comunicaçõescom as corporações para evitar esperas de 30 minutos a uma hora sobre qual o hospital de destino, além da reorganização das urgências prometida pela DE-SNS.

Num comunicado enviado às redacções há uma semana, a DE-SNS dizia estar a “trabalhar activamente com as Unidades Locais de Saúde, no sentido de elaborar medidas de contingência que permitam, mesmo na altura de picos de afluência, resolver os constrangimentos na recepção de doentes, de modo a libertar os meios do INEM e das Corporações de Bombeiros, para que possam dar resposta a outras ocorrências”.

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