CTT: Nuno Melo acusa Pedro Nuno Santos de “impreparação” para ser primeiro-ministro

O líder do CDS diz que o caso dos CTT “revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de lucidez, estabilidade e sentido de Estado”.

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Nuno Melo, líder do CDS LUSA/PAULO NOVAIS
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Juntando-se aos restantes líderes partidários da direita que esta quinta-feira criticaram o secretário-geral do PS a propósito da compra de acções dos CTT pela Parpública, Nuno Melo acusou Pedro Nuno Santos de "impreparação" para ser primeiro-ministro, defendendo que este caso mostra uma "rotina" contrária àquilo de que o país precisa.

À entrada para o conselho nacional do partido, onde os centristas vão aprovar a nova Aliança Democrática (AD), coligação que os une ao PSD e ao PPM, o líder do CDS defendeu que o caso dos CTT "só confirma a absoluta impreparação do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro" e uma "rotina" já demonstrada nos casos da TAP e do aeroporto de Lisboa, quando era ministro das Infra-estruturas.

"Não é normal alguém que foi ministro, depois da rotina que refiro, dizer que num dia não sabe nada e o Governo em funções é que tem de dar explicações, como se não tivesse feito parte desse Governo (...), para no dia seguinte, não só dar essas explicações, como dizer que sabia e concordou", afirmou.

Falando aos jornalistas a partir da sede do CDS, em Lisboa, Nuno Melo ainda acrescentou que "isto revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de lucidez, estabilidade e sentido de Estado que Portugal precisa".

E usou o caso para apelar ao voto na AD, defendendo que "o que está em causa no próximo 10 de Março é saber se as pessoas acham que isto é normal". "Portugal tem de mudar de vida e essa mudança acontece com uma alternativa que é a AD", apelou, argumentando que a "AD é o oposto disto: um projecto estável e credível, experimentado" que tem "quadros com grande capacidade".

Retirar a ideologia ao SNS

Questionado pelos jornalistas sobre as prioridades do CDS nas eleições legislativas, Nuno Melo destacou "retirar a ideologia do Serviço Nacional de Saúde" (SNS), dando peso à "componente social".

Ainda na área da saúde, defendeu que se devem criar "incentivos e estímulos remuneratórios" aos profissionais de saúde. E, na educação, salientou a importância de "devolver o rigor" para combater o "facilitismo" do PS que levou à "retirada de ferramentas" dos alunos.

A imigração não ficou de parte e, nesse campo, Nuno Melo argumentou que "tem de haver humanismo na integração de quem vem para Portugal, muitas vezes pelo descontrolo absoluto das fronteiras" e que empurra os imigrantes para a situação de sem-abrigo. "Portugal é obrigado a controlar uma das fronteiras externas mais importantes da União Europeia e não o faz. Há neste momento centenas de processos de expulsão adiados há anos e detenções que não acontecem porque não há meios", disse.

Quanto à habitação, o democrata-cristão não avançou medidas, mas criticou a política dos socialistas, nomeadamente, a falta de reabilitação de habitações e o arrendamento coercivo previsto no "Mais Habitação".

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