Israel: PCP preocupado com “escalada do conflito” alerta para “perigo de alastramento”

O PCP reafirma a necessidade de uma “solução política que garanta a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente”.

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Os comunistas apontam o dedo a Israel por não promover os direitos dos palestinianos a um território livre EPA/MICHAEL REYNOLDS

O PCP manifestou este domingo preocupação com a "escalada do conflito" no Médio Oriente e alertou para o perigo de alastramento "numa região já martirizada", insistindo numa solução que dê ao povo palestiniano direito a "um Estado soberano e independente".

Em comunicado, os comunistas defendem que os acontecimentos recentes "são resultado de décadas de ocupação e desrespeito sistemático por parte de Israel do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, da permanente violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina".

"Acontecimentos inseparáveis da escalada na política de ocupação, opressão e provocação levada a cabo pelo governo de extrema-direita de Netanyahu e por colonos israelitas, que não só é responsável pelo agravamento da situação, como está a conduzir ao incremento da confrontação no Médio Oriente", criticam.

O PCP manifestou a sua preocupação "com a escalada do conflito, em particular com as suas trágicas consequências para as populações" e alertou "para o perigo do seu alastramento, numa região já martirizada por décadas de ocupação, guerra e subversão por parte dos Estados Unidos da América, de Israel, das potências da NATO e da União Europeia".

"(...) O PCP reafirma a necessidade de uma solução política que garanta a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efectivação do direito ao retorno dos refugiados, conforme as resoluções pertinentes da ONU", insistiu.

Na análise dos comunistas, "a responsabilidade pelo que se está a passar deve ser encontrada naqueles que nunca procuraram realmente a paz no Médio Oriente, no respeito pelos direitos dos povos".

"Quem permitiu que todos os acordos e resoluções ficassem por cumprir e fossem violados, quem inviabilizou toda e qualquer perspectiva de solução política para o conflito, quem foi conivente com a ocupação e opressão, a expansão dos colonatos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a prisão de milhares de presos políticos palestinianos nas prisões israelitas, quem tolerou os crimes de Israel e a sua escalada pelo actual governo de extrema-direita, e só encontrou palavras de condenação para a resistência palestiniana, tem hoje perante si as consequências da sua política", condenou.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".

Os ataques e a resposta militar fizeram centenas de mortos e mais de mil feridos. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.

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