Grupo VITA vai lançar manual de prevenção de abusos sexuais na Igreja Católica

Em funcionamento desde Maio, o grupo coordenado pela psicóloga Rute Agulhas recebeu 210 chamadas que se traduziram em 57 pedidos de ajuda.

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Grupo VITA é a estrutura criada pela Igreja para gerir e prevenir os abusos sexuais em meio clerical Maria Abranches

O Grupo VITA apresenta no dia de Dezembro um Manual de Prevenção de Violência Sexual no Contexto da Igreja Católica em Portugal, revelou esta sexta-feira a estrutura de apoio às vítimas de abuso sexual na esfera eclesiástica.

O grupo coordenado pela psicóloga Rute Agulhas adiantou que a obra está em elaboração e será apresentada juntamente com o primeiro relatório de actividades, segundo um comunicado em que aquela equipa adianta que já foram reportados 13 casos à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Judiciária (PJ), além de 31 situações junto das estruturas da Igreja.

A funcionar desde 22 de Maio, o Grupo VITA assegurou também já ter recebido 210 chamadas telefónicas, que, juntamente com os contactos via online, se traduziram em 57 pedidos de ajuda de vítimas. Foram também efectuados 35 atendimentos, na sua maioria presenciais.

"Na sua maioria, estes pedidos de ajuda dizem respeito a pessoas adultas que terão sido vítimas de violência sexual na infância ou adolescência, existindo também situações de pessoas especialmente vulneráveis e algumas situações mais recentes", explicou a estrutura, que garantiu não existirem atrasos na resposta às vítimas.

Sublinhou ainda que a bolsa de psicólogos formados para a temática da violência sexual conta já com "cerca de 80 profissionais (psicólogos e psiquiatras)" e que estão em curso quatro estudos de investigação com vista a obter um "conhecimento mais aprofundado desta realidade em Portugal".

O Grupo VITA surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, que, ao longo de quase um ano, validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas. Pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site.

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