Consumo de broa de milho continua desaconselhado em Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro

DGS ainda recomenda que se evite o consumo de broa de milho em localidades de Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro. Análises não detectaram estupefacientes. Novos casos de toxinfecção são esporádicos.

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Doentes com sintomas de toxinfecção tinham em comum o facto de terem consumido broa de milho nos quatro distritos afectados Nelson Garrido

A recomendação para o não-consumo de broa de milho em Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro mantém-se e foram retiradas do mercado as matérias-primas envolvidas nos casos de toxinfecção, disse esta sexta-feira à agência Lusa a Direcção-Geral de Saúde (DGS).

A recomendação de restrição de consumo da broa de milho pela DGS e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) mantêm-se "nas áreas consideradas de risco, até que haja a garantia de que todos os alimentos ou produtos potencialmente contaminados estão efectivamente retirados do mercado", referiu à Lusa a DGS, em resposta escrita. Segundo aquela entidade de saúde, "foram identificadas e retiradas do circuito de produção as matérias-primas envolvidas nesta ocorrência, mantendo-se a avaliação sistemática da sua eventual presença, estando a ser implementadas todas as medidas consideradas adequadas para a gestão do risco".

Num comunicado conjunto divulgado a 10 de Agosto, a DGS e a ASAE desaconselharam o consumo de broa de milho em localidades dos distritos de Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro enquanto decorre a investigação à toxinfecção alimentar associada a este alimento.

Àquela data tinham sido detectados, entre 21 de Julho e 9 de Agosto, 187 casos suspeitos de toxinfecção alimentar associados ao consumo de broa de milho nos distritos de Leiria (Pombal, Ansião, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande), Santarém (Ourém), Coimbra (Figueira da Foz, Condeixa-a-Nova e Coimbra) e Aveiro (Ílhavo, Vagos). Neste momento, a DGS informou que "existem apenas casos esporádicos de toxinfecção alimentar associada ao consumo deste alimento", devido à "estratégia adoptada pelas autoridades competentes e à adesão às medidas por parte dos produtores e dos consumidores".

As pessoas afectadas apresentavam um quadro sintomático semelhante, principalmente secura da boca, alterações visuais, tonturas, confusão mental e diminuição da força muscular. Estes sintomas surgiram entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão de alimentos. Na maioria dos casos verificou-se ausência da sintomatologia em poucas horas, com sintomas classificados como ligeiros, com apenas 43 dos casos suspeitos a necessitarem de cuidados hospitalares.

A recomendação continua a ser "preventiva e provisória" para as áreas consideradas de risco, "até nova comunicação". Foi aberta uma investigação epidemiológica, que foi conduzida pelos Departamentos de Saúde Pública das Regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, Direcção-Geral da Saúde, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.

"Foi possível determinar que os afectados tinham em comum o consumo de broa de milho produzida e distribuída nos distritos de Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro, pelo que a suspeita da origem da toxinfecção pode estar relacionada com a farinha usada na confecção deste alimento". "Não se confirma o envolvimento de produto estupefaciente na confecção da broa", garantiu ainda a DGS. Quando o alimento for considerado seguro, a DGS avisará.

A DGS e a ASAE determinaram a investigação e a realização de análises ao alimento e matérias-primas, e a inspecção de operadores económicos para identificação dos lotes de matérias-primas utilizados.

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