Chegada do Verão ajuda taxa de desemprego a cair para 6,1% no segundo trimestre

Segundo trimestre do ano trouxe uma maior criação de empregos nos serviços, conduzindo a uma inversão da tendência de subida da taxa de desemprego que se registava nos trimestres anteriores.

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Criação de empregos no segundo trimestre ocorreu principalmente nos serviços Manuel Roberto
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Apesar da estagnação registada na actividade económica, o efeito sazonal positivo trazido pela aproximação do Verão levou à criação em Portugal de mais 54,1 milhares de empregos no decorrer do segundo trimestre deste ano, com a taxa de desemprego a cair para 6,1%.

Os dados trimestrais do emprego apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) não levam em consideração (como acontece com o PIB) os efeitos sazonais e, por isso, o segundo trimestre de cada ano costuma apresentar uma evolução mais positiva dos indicadores do mercado de trabalho, por causa do recurso a mais mão-de-obra para as actividades do Verão. Este ano, este fenómeno também foi evidente.

De acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo INE, o número de empregos em Portugal, no segundo trimestre deste ano, aproximou-se ainda mais da marca dos 5 milhões, atingindo os 4979 milhares. São mais 54,7 mil empregos (ou 1,1%) do que no trimestre anterior e mais 77,6 mil empregos do que no mesmo trimestre do ano anterior.

Esta criação de empregos conduziu a que se registasse, face aos três primeiros meses do ano, uma redução significativa da taxa de desemprego, que passou de 7,2% da população activa para 6,1% no primeiro trimestre. Esta descida constitui uma inversão da tendência de subida que se estava a verificar nos trimestres anteriores, mas mesmo assim não chegou para colocar a taxa de desemprego ao nível mais baixo (5,7%) que se verificava no trimestre homólogo do ano passado.

Quando se olha para os empregos criados no decorrer do segundo trimestre deste ano (face ao trimestre imediatamente anterior), verifica-se que, sem surpresa, a maior parte dos ganhos se observa nos serviços, especialmente em áreas relacionadas com o turismo. Dos 54 mil empregos criados, um pouco mais de 30 mil foram nos serviços, com as actividades dos transportes e do alojamento e restauração a contribuírem com quase 10 mil cada.

Os ganhos no emprego foram maiores nos contratos de trabalho menos estáveis, com termo, onde passou a haver mais 27,6 mil empregos do que no primeiro trimestre. Já nos contratos sem termo a subida foi de 22,3 mil. No que diz respeito ao nível de qualificação, passou a haver mais 34,5 mil empregados com um nível superior de ensino e mais 2,8 mil com o ensino secundário.

A taxa de desemprego entre os jovens, que continua acima da média da UE, desceu de 19,6% no primeiro trimestre deste ano para 17,2% no segundo trimestre. Este indicador, no entanto, subiu 0,5 pontos percentuais face ao período homólogo do ano anterior.

A taxa de subutilização do trabalho – uma medida mais alargada de desemprego que inclui, por exemplo, aqueles que já desistiram de procurar emprego – desceu de 12,5% no primeiro trimestre para 11,5% no segundo, registando mesmo assim uma subida de 0,3 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.

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