Greve dos médicos encerra blocos operatórios e centros de saúde

Greve prolonga-se ainda durante esta quinta-feira

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Os médicos estão em greve mas esperam uma proposta negociar do Ministério da Saúde ainda esta quarta-feira Manuel Roberto
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Blocos de cirurgia e centros de saúde encerrados é o resultado do segundo dia da greve dos médicos, que o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) estima que mantenha a "forte adesão" de cerca de 90% registada na terça-feira.

A secretária Regional de Lisboa e Vale do Tejo do SIM, Maria João Tiago, deu alguns "exemplos concretos" do impacto da greve nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), citando dados preliminares do segundo dia da greve, que termina na quinta-feira, convocada pelo SIM para forçar o Governo a apresentar uma proposta concreta de revisão da grelha salarial, que o ministro da Saúde disse na terça-feira que será enviada hoje aos sindicatos.

Segundo os dados fornecidos, o bloco central e o bloco de cirurgia ambulatória do Hospital de Santarém estão encerrados e no Hospital Fernando Fonseca (HFF) estão apenas a funcionar duas salas de bloco operatório.

Nos hospitais de Évora e Beja "as cirurgias estão paralisadas a 100%", disse Maria João Tiago, apontando também o encerramento do centro de saúde do Covelo, no Porto, devido à paralisação dos médicos.

Sobre os níveis da adesão à greve, a dirigente sindical estimou que se mantenha na casa dos 90%, uma "forte adesão" que atribuiu "ao descontentamento destes 14 meses de negociação e das condições" de trabalho, que têm levado à saída de médicos do SNS.

Maria João Tiago referiu que o SIM vai entregar esta tarde uma carta na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em que explica as razões desta greve e pretende também sensibilizar para "os problemas" de 1,6 milhões de utentes sem médico de família e para as listas de espera para cirurgias e consultas, muitas vezes a rondar os dois anos.

"Este Governo está lá há sete anos e andamos há 14 meses em negociações, fizemos um protocolo e nunca tivemos uma proposta por escrito. No fundo, na carta vão estas preocupações que o Sindicato Independente dos Médicos tem, para ver se ajuda o senhor ministro da Saúde, o doutor Manuel Pizarro, a negociar com os médicos de modo a garantir que a saúde dos portugueses melhore um pouco", disse a dirigente sindical, notando que, neste momento, metade dos portugueses já tem necessidade de recorrer a um seguro de saúde privado para poder satisfazer as suas necessidades de saúde.

Questionada sobre se o SIM já recebeu a proposta da grelha salarial dos médicos, Maria João Tiago disse que ainda não, mas disse acreditar que o ministro da Saúde irá enviá-la ainda esta quarta-feira, para que o sindicato a possa "finalmente" analisar e, se for caso disso, "fazer uma contraproposta, uma negociação".

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