SAD do Benfica confirma ser arguida após buscas na Luz

Diligências ocorreram esta quarta-feira no âmbito da Operação Penálti. Também Sporting e FC Porto foram atingidos pela investigação.

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Benfica fez comunicado a explicar situação no processo EPA/JOSE SENA GOULAO
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Depois do Sporting, também a SAD do Benfica confirma ter sido constituída arguida em sequência das buscas da chamada Operação Penálti. Esta quarta-feira, dezenas de agentes da Autoridade Tributária efectuaram buscas no Estádio da Luz e nas casas de Chiquinho, Vlachodimos e Gonçalo Guedes, três jogadores cujas transferências estão a ser investigadas. FC Porto, Sporting e vários empresários e advogados ligados ao futebol foram também alvos de buscas nesta operação.

Em comunicado publicado no site oficial, as "águias" dizem que nenhum representante do clube foi constituído arguido. "No estrito respeito pelo segredo de justiça que assiste à investigação em curso, a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD não fará mais qualquer comentário sobre o assunto", escreve o Benfica.

Ao final da tarde da quarta-feira já o Sporting tinha adiantado que a SAD "leonina" tinha sido constituída como arguida no processo. No caso dos "leões", as investigações focam-se entre 2015 e 2017, período que coincide com a presidência de Bruno de Carvalho e há sete negócios sob análise das autoridades: as transferências de Bas Dost, Naldo, André Pinto, Rúben Semedo, Battaglia, Beto Pimparel e Schelotto.

Os portistas foram os primeiros a reagir às buscas: em comunicado, os "dragões" dizem estar certos "do bom cumprimento das normas atinentes à sua actividade", garantindo estar a colaborar com as autoridades e a facultar todos os documentos pedidos.

Também a casa de Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FCP e agente de futebol, e a Gestifute, empresa de gestão de carreiras de jogadores de futebol de Jorge Mendes, foram alvo de buscas.

Em Novembro de 2021, a casa do empresário já tinha sido alvo de buscas, com suspeitas do recebimento indevido de comissões em negócios ligados aos "dragões", dirigidos há mais de 40 anos por Jorge Nuno Pinto da Costa. A presença da empresa Soccer Energy, da qual Alexandre Pinto da Costa é sócio, em negócios do FC Porto foi divulgada em primeira mão por Rui Pinto no Football Leaks.

Rui Pinto na origem

Nas diligências desta quarta-feira da Operação Penálti ​foram cumpridos 67 mandados de busca e destacados 250 efectivos. Em causa estão suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, num valor total de vantagens ilegítimas que ascende aos 58 milhões de euros.

Esta investigação é semelhante à Operação Fora de Jogo, investigação que arrancou em 2020 e tem como origem documentos na posse de Rui Pinto. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, também esta investigação foi impulsionada pelos documentos recolhidos pelo denunciante.

O autor do Football Leaks é actualmente uma testemunha protegida da Polícia Judiciária, depois de aceitar desencriptar os discos rígidos onde guardava milhares de documentos que se pensavam poder conter indícios de crimes no futebol, na alta finança e outros sectores.

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