Pavlo Yurov mostra a Ucrânia presa no loop da guerra

Em estreia absoluta, o encenador ucraniano – agora incorporado no Exército – leva até Coimbra, esta sexta-feira, Silence, Silence, Silence, Please.

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“Este horror que estamos a viver e a testemunhar é tão esmagador que qualquer arte parece inútil”, afirma Pavlo Yurov, ao telefone a partir de Kiev Andriy Koren & Oleksiy Shaparev

No último ano, a cabeça de Pavlo Yurov desligou-se quase por completo do teatro. Quando, em Fevereiro de 2022, a Rússia deu continuidade à sua invasão da Ucrânia (que começara em 2014, na Crimeia e no Donbass), a uma escala muito maior, o encenador ucraniano abandonou os seus afazeres artísticos, esvaziou a mente das ideias que tinha para projectos futuros e passou a dedicar-se quase em exclusivo à actividade de fixer para a imprensa estrangeira – conduzindo equipas de jornalistas, sobretudo de televisões francesas, até à linha da frente do combate entre os dois países, a fim de documentarem e reportarem o que estava (e está ainda) a acontecer. Pensar em qualquer matéria ficcional, por mais ancorada que pudesse estar na realidade, passara a parecer-lhe uma inutilidade. E as suas horas mediam-se agora por uma escala de utilidade.

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