TAP: comissão de inquérito retoma nesta terça-feira com oferta e pedidos de audições e do computador polémico

Ex-adjunto de Galamba escreveu ao presidente da CPI a manifestar “total disponibilidade” para ir à comissão. Trabalhos retomam nesta terça-feira com muitos requerimentos novos em cima da mesa.

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Jorge Seguro Sanches preside à comissão de inquérito à gestão da TAP rui gaudencio

O ex-adjunto do ministro das Infra-Estruturas escreveu neste domingo ao presidente da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da TAP para expressar "total disponibilidade" para ser ouvido pelos deputados.

"Endereço-me a Vossa Excelência na sequência dos requerimentos apresentados com vista à minha audição, a fim de comunicar a minha total disponibilidade para prestar quaisquer esclarecimentos que os Exmos. Deputados membros da CPI possam julgar necessários", lê-se no email enviado ao presidente da comissão, Jorge Seguro Sanches, e divulgado à comunicação social.

A carta de Frederico Pinheiro nem era necessária, pois na sexta-feira PSD e Chega tinham pedido a sua audição na comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP. Esses requerimentos e a carta, assim como o pedido do BE para que o portátil da polémica fosse entregue à comissão, deverão ser lidos nesta terça-feira no arranque dos trabalhos, podendo os deputados alterar a ordem de trabalhos, se assim o entenderem. Mas é prática da comissão os requerimentos não serem votados no mesmo dia em que são distribuídos, o que só deverá acontecer nesta terça-feira, após o feriado.

Esta semana, a CPI tem audições nos próximos dias, sendo a de terça-feira dedicada a sindicatos, a de quarta a entidades directamente ligadas à gestão pública, como o Sindicato dos Economistas, a directora-geral do Tesouro e Finanças e o director de Serviços do Gabinete de Apoio e Coordenação do Sector Empresarial do Estado. Na quinta-feira é ouvido Miguel Frasquilho, ex-chairman da TAP.

O pedido de audição de Frederico Pinheiro dos dois partidos surgiu no final do dia em que se conheceu a sua exoneração por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" e as suas acusações a João Galamba, já negadas categoricamente pelo ministro das Infra-estruturas, de que tinha procurado omitir informação à comissão de inquérito à TAP.

Após a exoneração do adjunto, depois de regressar de uma viagem oficial a Singapura, João Galamba relatou, em conferência de imprensa no sábado, que Frederico Pinheiro se dirigiu às instalações do ministério, em Lisboa, "procurando levar o computador de serviço", "recorrendo à violência junto de uma chefe de gabinete e de uma assessora". O adjunto exonerado já veio negar quaisquer agressões.

Na sequência do incidente, que levou cinco pessoas a fecharem-se numa das casas de banho do ministério, "com medo", segundo o ministro, foram contactadas a Polícia Judiciária e pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS), uma vez que Frederico Pinheiro levou consigo o computador de serviço, que continha informações classificadas.

Para apurar quem diz a verdade, o BE solicitou acesso ao conteúdo desse computador. Mas essa será apenas mais uma gota num copo cheio, num momento em que a oposição já diz que o Governo "acabou", pede ao primeiro-ministro que quebre o silêncio até no PS já se fala em remodelação.

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