Mortalidade infantil com aumento ligeiro no ano passado: morreram 217 bebés

Dados do INE revelam que no ano passado morreram 217 crianças com menos de um ano, mais 26 do que em 2021. O saldo natural melhorou.

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Em 2022 verificou-se um aumento da taxa de mortalidade infantil, para 2,6 óbitos por mil nados-vivos Manuel Roberto
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A taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022: no ano passado, morreram 217 crianças com menos de um ano, mais 26 do que em 2021, segundo os dados das Estatísticas Vitais do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicadas esta sexta-feira.

Estes números reflectem-se num aumento da taxa de mortalidade infantil de 2,4 óbitos por mil nados-vivos em 2021 para 2,6 em 2022, segundo a nota explicativa do INE. Ainda assim, um valor inferior ao registado antes da pandemia: em 2019 a taxa foi de 2,9 e em 2018 de 3,3. Foi nos anos da pandemia, em 2020 e 2021 que a taxa registou 2,4 mortes por mil nados vivos com menos de um ano.

Os dados revelam que nasceram 83.671 crianças de mães residentes em Portugal, representando um acréscimo de 5,1% (mais 4089 nados-vivos) relativamente ao ano anterior. Do total de nados-vivos, 60,2% nasceram fora do casamento, isto é, eram filhos de pais não casados entre si.

Os dados revelam ainda que 42.925 das crianças eram do sexo masculino e 40.746 do sexo feminino, “representando uma relação de masculinidade de 105 (por cada 100 crianças do sexo feminino nasceram cerca de 105 do sexo masculino)” — esta proporção é considerada natural, já que nascem sempre mais bebés do sexo masculino.

Segundo o INE, à semelhança de anos anteriores, Setembro voltou a ser o mês com mais nascimentos. A variação homóloga, com excepção do mês de Abril (-1,3%), foi sempre positiva, tendo-se verificado a maior subida em Novembro (+11,2%).

Estes dados revelam também que a natalidade aumentou em todas as regiões do país, com excepção do Algarve (-1,3%). Nas regiões Norte (+6,2%), Centro (+5,5%) e Área Metropolitana de Lisboa (+6,0%), a subida foi superior ao valor nacional (+5,1%). A Região Autónoma da Madeira registou o menor acréscimo (+0,8%).

Saldo natural melhorou

No mesmo ano, registaram-se 124.311 óbitos de pessoas residentes em território nacional, menos 0,4% (menos 491) do que em 2021. Do total de óbitos, 62.615 foram de pessoas do sexo feminino e 61.696 do sexo masculino.

Em Janeiro e Fevereiro de 2022, houve um decréscimo da mortalidade em relação aos meses homólogos de 2021 (-40,4% e -16,6% óbitos, respectivamente), que em 2021 foram ainda marcados pela pandemia de covid-19. Entre Março e Dezembro de 2022, e com excepção do mês de Novembro, em todos os meses o número de óbitos foi superior ao observado em 2021. O mês de Dezembro foi o que registou maior mortalidade (12.269 óbitos).

A maioria dos óbitos ocorreu em idades avançadas: 86,6% dos óbitos corresponderam a pessoas com 65 e mais anos e mais de metade (60,7%) a óbitos de pessoas com 80 e mais anos.

“O aumento do número de nados-vivos e o decréscimo do número de óbitos determinaram o desagravamento do saldo natural, de -45.220 em 2021 para -40.640 em 2022”, lê-se na nota explicativa publicada pelo INE, que revela ainda que, em 2022, “foram celebrados 36.952 casamentos em Portugal (mais 27,2% do que em 2021)”.

A idade média do casamento foi de 39,9 anos para os homens e 37,4 anos para as mulheres; a idade média ao primeiro casamento foi de 35,1 anos para os homens e 33,7 anos para as mulheres.

Da análise dos dados ficamos ainda a saber que, dos casamentos celebrados, 36.151 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto (28.508 em 2021) e 801 entre pessoas do mesmo sexo (549 em 2021), dos quais 413 casamentos entre homens e 388 casamentos entre mulheres (287 e 262, respectivamente, em 2021).

<_o3a_p>​Do total de casamentos entre pessoas de sexo oposto, 73,0% (27.175) foram realizados apenas na forma civil, 26,7% (9662) foram celebrados pelo rito católico e 0,3% (115) segundo outras formas religiosas.

Sublinha o INE que, em 68,5% dos casos, os noivos já moravam juntos.

Nesse ano, ocorreram também 49.230 dissoluções de casamento por morte do cônjuge, representando um decréscimo de 1,4% em relação a 2021 (49.908), das quais resultaram 14.385 viúvos e 34.845 viúvas.

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