CP pede desculpa e inicia avaliação interna após incidente em comboio sobrelotado

Várias pessoas caminharam pela linha de caminho-de-ferro depois de o comboio ter parado perto da estação de Benfica, em Lisboa.

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CP suprimiu na quarta-feira 746 comboios de um total de 985 programados Diogo Ventura

A CP iniciou uma avaliação interna sobre os incidentes num comboio que seguia lotado devido à greve, na quarta-feira, e que ficou parado perto da estação de Benfica, em Lisboa, após um passageiro accionar o sinal de alarme.

Em comunicado, a CP explicou que, pelas 19h43 de quarta-feira, um passageiro accionou o sinal de alarme do comboio que fazia a ligação Lisboa-Sintra e que “circulava com a lotação completa”.

O comboio parou entre as estações de Campolide e Benfica, a cerca de 700 metros da estação, acrescentou.

Este comboio estava previsto nos serviços mínimos decretados para a greve de quarta-feira e circulava “com um atraso de 45 minutos em consequência do auxílio prestado a passageiros na viagem imediatamente anterior”, salientou ainda a CP.

Nos vídeos divulgados nas redes sociais, eram visíveis carruagens lotadas de passageiros e várias pessoas a caminharem pela linha de caminho-de-ferro, depois do comboio ter parado.

Nas publicações, os passageiros relataram que o comboio seguia sobrelotado e que esteve parado mais de uma hora.

Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP tinha adiantado à Lusa ao final da tarde de quarta-feira que alguns passageiros sentiram-se mal dentro do comboio que fazia a ligação Lisboa-Sintra, tendo alguém accionado o travão de emergência.

Em declarações aos jornalistas no local, a PSP referiu que apenas uma mulher que seguia no comboio precisou de auxílio médico.

A CP destacou, no comunicado, que “enquanto o revisor seguia os procedimentos de segurança e se deslocava para a carruagem onde o sinal de alarme havia sido accionado, alguns passageiros abriram as portas das carruagens e saíram para a linha”.

Ainda de acordo com a empresa, o agente da autoridade a bordo requisitou reforço de operacionais que, depois de chegarem ao local e com a ajuda dos trabalhadores da CP, removeram um painel de rede que limita o acesso à linha do comboio e encaminharam os passageiros para o passeio, fora da área onde é proibida a circulação de peões.

“Apesar de este incidente não ter causado dano físico grave nas pessoas a bordo, a CP lamenta a situação, pedindo desculpa aos passageiros afectados por todos os transtornos causados”, sublinhou ainda a CP na nota de imprensa, acrescentando que “foi iniciada uma avaliação interna”.

A CP suprimiu esta quarta-feira, entre as 00h e as 18h, 746 comboios de um total de 985 programados, em mais um dia de greve de vários sindicatos da transportadora, segundo dados enviados à Lusa.

Neste período, a CP efectuou 239 comboios, cumprindo os serviços mínimos estabelecidos, o que corresponde a um nível de supressão de 75,7%.

No serviço de longo curso, a CP suprimiu 43 comboios de 58 programados e no serviço regional não foram realizados 199 comboios de 261 estimados.

Nos urbanos de Lisboa, foram suprimidos 354 comboios de um total de 468 programados e no Porto não se realizaram 150 comboios em 198 estimados.

Os trabalhadores da CP deram início na segunda-feira a mais greves, com a transportadora a alertar para "fortes perturbações" até quinta-feira, num protesto pelo impasse nas negociações salariais que também envolve a Infra-estruturas de Portugal (IP).

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