Charlie e a fábrica de conteúdos

A literatura infantil é sempre inevitavelmente didáctica, e há quem a veja como um mero instrumento terapêutico, cuja única função é formar melhores pessoas, uma espécie de “Alcochete do espírito”.

A notícia chegou-nos tão fácil de montar como uma estante da Ikea: todos os componentes com formas familiares, sem ângulos obtusos, um manual de instruções invisível. O Telegraph revelou no passado domingo que edições futuras dos livros de Roald Dahl — autor de clássicos infantis como Matilda e Charlie e a Fábrica de Chocolate — vão ser publicadas com extensas alterações, de forma a respeitar as sensibilidades contemporâneas. Personagens vão deixar de ser “gordas” e passar a ser “enormes”, “homens-nuvem” transformam-se em “pessoas-nuvem”, a Sra. Twit é promovida de “bestialmente feia” a meramente “besta”.

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