Somar pelo aeroporto de Beja

O Aeroporto Internacional de Beja, visto como um fardo por alguns, tem de ser uma oportunidade.

O país dos debates precisa de se focar nas realidades, nas necessidades e nas oportunidades concretas das pessoas e dos territórios. Há problemas estruturais, novos desafios e metas de desenvolvimento a precisar de respostas que transformem problemas em soluções.

O Aeroporto Internacional de Beja, visto como um fardo por alguns, tem de ser uma oportunidade.

Oportunidade para corrigir as opções desgarradas de instalar a infraestrutura numa localização e implantar polos aeronáuticos noutras latitudes do Interior.

Oportunidade para valorizar o investimento da República face à indiferença da ANA privatizada, apenas focada em Lisboa.

Oportunidade para gerar alternativas e complementos ao Aeroporto Internacional Humberto Delgado com muito menos investimento do que o associado à construção de uma nova infraestrutura.

Beja é uma solução! Tem de ser considerada, ponderada com objetividade e valorizada como uma oportunidade de gerar desenvolvimento e contribuir para a coesão territorial.

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Neste quadro de indefinição e ruído em que está o país, é importante todos os contributos que amplifiquem o trabalho que tem sido concretizado para dar voz ao baixo Alentejo, reforçar as respostas e gerar dinâmicas positivas que invertam a desertificação, o descrédito e os bloqueios à afirmação do potencial produtivo do Mundo Rural.

A Plataforma Cidadã “Sim! O Aeroporto Internacional de Beja é parte da Solução”, à qual o Município de Ourique se associou, é um impulso de soma de ação, de visibilidade e de exigência para que as realidades fora dos grandes centros urbanos sejam tidas em conta, na sua plenitude e de forma sustentada.

O Baixo Alentejo não pode viver entre a falta de investimento que chegue e a falta de valorização do investimento que foi feito, como acontece ainda com o Aeroporto Internacional de Beja, apesar dos avanços positivos dos últimos anos. É preciso mais, na ferrovia, na rodovia e na atividade aeroportuária.

O Baixo Alentejo tem exemplos de que é possível a República tardar, mas não falhar com as nossas comunidades e os territórios, como acontece com o Alqueva, mas persistem ainda demasiados estrangulamentos de falta de atenção e de ausência do investimento que se impõe para a sustentação de padrões essenciais de qualidade de vida e de aproveitamento do potencial existente.

Tudo o que signifique somar pela região, com senso e sentido de futuro, conta com Ourique que se tem colocado sempre do lado da construção de soluções.

Sim, neste caso o Aeroporto de Beja é parte da solução. Tem de ser considerado, ponderado e valorizado.

Num país com recursos finitos, é preciso valorizar o que existe, focarmo-nos nas pessoas e nos territórios com noção das realidades e das disponibilidades, valorizando a capacidade instalada, similar a outras que, noutros países, com recursos à ferrovia e à rodovia, são adequadamente aproveitados.

No Baixo Alentejo, estamos habituados a fazer o que é preciso com pouco, resiliência e sentido de futuro. Estamos a somar para que nos deem essa oportunidade.

O Aeroporto de Beja é uma oportunidade, não um fardo.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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