Fotojornalista Bruno Neves morre aos 85 anos

Conhecido pela sua cobertura do 25 de Abril no Porto, de onde era natural, fez carreira no Primeiro de Janeiro e colaborou em muitos outros jornais.

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Uma das mais icónicas fotografias de Bruno Neves mostra a libertação de Virgínia Moura dos calabouços da PIDE, no Porto. Bruno Neves

O fotojornalista Bruno Neves, que trabalhou em vários órgãos de comunicação social, morreu esta quinta-feira, aos 85 anos, no Porto, de onde era natural, disse à Lusa o seu irmão Francisco Neves.

Nascido na freguesia portuense da Sé, no dia 18 de Abril de 1937, começou a fotografar aos 11 anos, acompanhando o pai, que fazia reportagens de casamentos em toda a região Norte, mas só em 1974 optou por se tornar fotojornalista, colaborando com A Capital e ingressando depois nos quadros do diário O Primeiro de Janeiro, onde fez boa parte da sua carreira profissional.

Apelidando-o como "um dos grandes da fotografia portuguesa", o Sindicato dos Jornalistas recorda a sua colaboração com os jornais Norte Desportivo, República, Diário de Lisboa, Expresso, O Jornal, Sete, Diário e Norte Popular, e ainda com a agência ANOP, antecessora da Lusa. Em 1982, tornou-se editor fotográfico do jornal desportivo O Jogo.

Numa nota publicada na sua página oficial, o Sindicato dos Jornalistas, que endereça as condolências à família, recorda ainda que Bruno Neves "ganhou fama" aos 38 anos quando fotografou o 25 de Abril, no Porto. Uma das suas imagens mais conhecidas foi a que captou no momento em que Virgínia Moura era libertada dos calabouços da PIDE, na Rua do Heroísmo, edifício que alberga hoje o Museu Militar do Porto.

No âmbito do desporto, a modalidade que cobriu mais intensamente foi o ciclismo. Acompanhou 17 voltas a Portugal e muitas outras provas da modalidade, tendo sido condecorado pela Associação de Ciclismo do Porto.

Representado em muitas mostras colectivas, realizou também várias exposições individuais, a última das quais, Crianças da Minha Sé, um regresso às suas origens, com imagens captadas antes e depois do 25 de Abril, esteve patente em Junho do ano passado no átrio da Estação de Campanhã, no Porto.

O funeral de Bruno Neves sairá no sábado de manhã da Igreja do Bonfim.

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